segunda-feira, 23 de abril de 2012

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(imagem de.mel.e.de.sal)

Fui ao baile da paróquia canta o Rui. Eu fui à festa da aldeia (que nem chega a ser "aldeia", mas lugar). 

Gosto daquilo. De me saber por lá, neste dia, há muitos anos. Das batatas assadas com o carneiro. Dos doces. De dormir "tipo sardinhas" no chão da sala da minha avó. De acordar com a capela a tocar as horas. De amaldiçoar a Filarmónica a dar entrada. De "ter cuidado com as canas dos foguetes que eles são malucos a lançar aquilo". De poder andar "mais ou menos" solta por lá (aquilo só tem uma rua e umas 20 casas, duas das quais são das minhas avós). De todos a falarmos alto (para quem me conhece, isto é "mal" de família). E ao mesmo tempo (que o tempo é curto e nós temos muito para contar). De andar ouvir dizer que "já tens uma filha assim tão grande?" e ficar cheia de orgulho. Das casas cheias. De adorar saber que "ia ganhar uma prenda" (ou várias). De sair de lá com uma guitarra de plástico e um bombo (é curioso que só me lembro de quatro prendas: a guitarra, os bombos, uma miniatura muito xpto de um Mercedes com portas que abriam e corda e um boné preto e vermelho do Chicago Bulls, que eu quase parti a pala de tanto dobrar para ficar "cool"). 

Agora é tudo um bocadinho diferente. Já não acordo por lá, mas as batatas continuam assadas no forno a lenha e os doces ainda estão do lado da estrada. As vozes continuam a ouvir-se altas. As pessoas continuam a saber quem eu sou "pela pinta" (mesmo que as pintas não coincidam). As casas continuam cheias. As ruas continuam livres. Agora até já há um café (que abre só ao Domingo) e é sempre possível encontrar toda a gente. 

E eu gosto daquilo. Gosto de ir lá neste dia de grande confusão, em que me sinto sempre em casa.

(Nota: a foto é de dia 15 de Abril, estava em atraso desde aí... nos próximos días, o blogue vai ser bombardeado de fotografias, para ver se apanho o fio à meada)

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