Querido Duarte*,
Passaram
três meses desde o dia em que te conhecemos. Três meses de descobertas
diárias, de novos medos e novas conquistas, de muito amor. Três meses de
uma nova e incrível sensação de família.
Sinto-me dividida. Há
uma parte de mim que não quer que cresças não rápido (e tão rápido tu
cresces!). Quero que gostes sempre de te aninhar neste colo, que seja eu
e o pai os teus portos de abrigo, quero fazer festinhas infinitas na
tua pele macia, sentir o teu cheiro
depois do banho, quero sentir-te sempre nosso... Mas há outra parte: a
que te quer mostrar o mundo. Estou ansiosa por ouvir as tuas primeiras
palavras, por ver o olhar da bisavó quando lhe deres o primeiro
beijinho, para irmos cheirar a maresia ao Sábado de manhã, para juntos
ouvirmos o Rui Veloso cantar sobre a cidade mais bonita, por te ensinar a
gostar o mundo que os livros escondem, por te aguçar a curiosidade
pelas cidades bonitas do nosso país e do nosso mundo, para te mostrar
como é mais saborosa a fruta que colhemos das árvores, para jogar
contigo, sentados no chão, com o frio de Bragança lá fora e o quentinho da
lareira só para nós... Quero tanto mostrar-te o mundo!
Querido Duarte,
chegaste à três meses e encheste os nossos dias com ainda mais cor.
Estamos mais completos, mais felizes. Obrigada por nos deixares saborear
a vida ao teu lado.
*escrito a 13/Jan/2016 e guardado algures no meu telemóvel...