«Portugal tem um défice de auto-estima. Portugal quando faz uma coisa bem feita é por "sorte" e usa um mecanismo de atribuição causal externa. E quando faz porcaria," é "claro que já se estava à espera" e "O que é que se podia esperar?", e a causalidade interna impera.Nem Freud, neste caso, consegue explicar. Portugal cresceu na CEE com um sentimento de inferioridade. A história da cauda da Europa deu-nos cabo do auto-conceito europeu. Para além de nunca termos ganho um festival da Eurovisão, mas é melhor nem entrarmos por aí.O português confundiu cauda com rabo. E por isso anda calimero. (Aqui só para nós, a situação não melhorou quando a Letónia, a Sérvia e o Azerbeijão ganharam o Festival)Portugal precisa de festinhas. E colo. E de que as pessoas que cá vivem atribuam causalidade interna às nossas vitórias e externa às derrotas. Portugal precisa de "mães" e "pais" parciais e tendenciosos, babados e orgulhosos, protectores e defensores do seu país, que achem que "o seu filho é o mais bonito da Europa". Só nessa altura, Portugal será a nação valente e imortal que preconiza o hino, confiante e orgulhosa dos seus feitos.Só nessa altura notícias como esta servirão para confirmarmos o nosso poder como país e povo e não servirão para nos sentirmos insuflados momentaneamente mas, ainda assim, carentes de reforço positivo por parte dos que são nossos. Porque Portugal não precisa de aplausos por parte da plateia. Portugal precisa de actores confiantes.De nós, portanto. »
Pela Pólo Norte, aqui.
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