sexta-feira, 22 de março de 2013
6a Feira. A semana passou a voar.
Continuo em fase "namoro" com o trabalho novo. Mesmo vindo de transportes públicos, demoro o mesmo tempo (ou menos), do que quando ia para Aveiro. Tenho muito trabalho e ainda há muito a aprender (que saudades desta sensação). Aquilo que vou fazer é mais "a minha onda" do que me pareceu na entrevista. Trabalhar numa empresa pequenina é novo (ter toda a gente visivel, sermos menos de 50 e conhecer toda a gente é estranhamente novo para mim!). O ambiente parece ser muito bom e descontraido. Aqui, há quem cumpra horários, a maioria das pessoas chega e sai a horas. E depois... há o Porto, as pessoas que encontro por vir para o Porto, os almoços com companhias diferentes, as boleias para casa de quem por cá está. Vamos no bom caminho, tão bom.
Hoje é 6a Feira. O último dia da primeira semana no trabalho novo. E eu até já tinha saudades de gostar tanto de 6as feira! Bom fim de semana.
Continuo em fase "namoro" com o trabalho novo. Mesmo vindo de transportes públicos, demoro o mesmo tempo (ou menos), do que quando ia para Aveiro. Tenho muito trabalho e ainda há muito a aprender (que saudades desta sensação). Aquilo que vou fazer é mais "a minha onda" do que me pareceu na entrevista. Trabalhar numa empresa pequenina é novo (ter toda a gente visivel, sermos menos de 50 e conhecer toda a gente é estranhamente novo para mim!). O ambiente parece ser muito bom e descontraido. Aqui, há quem cumpra horários, a maioria das pessoas chega e sai a horas. E depois... há o Porto, as pessoas que encontro por vir para o Porto, os almoços com companhias diferentes, as boleias para casa de quem por cá está. Vamos no bom caminho, tão bom.
Hoje é 6a Feira. O último dia da primeira semana no trabalho novo. E eu até já tinha saudades de gostar tanto de 6as feira! Bom fim de semana.
quinta-feira, 21 de março de 2013
Dia Mundial da Poesia
Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
quarta-feira, 20 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
Começou
Talvez um dia me canse deste regresso aos transportes públicos. Talvez um dia ache que o Porto é uma cidade para vir só de vez em quando. Talvez um dia pense que foi irónico ter-me parecido estar a entrar um sítio com bom ambiente, onde a maioria das pessoas chegam e saiem a horas. Talvez um dia repare que tudo o que tenho para aprender não tem utilidade. Talvez um dia nada disto me pareça promissor. Mas para já começamos bem e... é só isso que agora interessa.
terça-feira, 12 de março de 2013
Amanhã é um bom dia para começar de novo.
Amanhã é o primeiro dia no emprego novo e eu nem sei o que sinto.
Morro de saudades da rotina, da correria, do stress, do sabor dos fins de semana. Juro que tenho saudades disso. Organizo-me melhor se tiver o tempo mais contado, gosto dos desafios, gosto do frio na barriga, adoro as novidades.
Por outro lado... Gosto muito desta sensação continua de ter os dias por minha conta. Nestas férias fiz claramente menos do que gostaria. Postei a menos, arrumei a menos, fotografei a menos, criei a menos, mexi-me a menos. Mesmo assim... tenho perfeita noção que aproveitei os dias o melhor que podia. Acho que tenho sempre as listas demasiado optimistas, mas... O optimismo não faz mal a ninguém.
E depois há os medos do costume. Como será o ambiente? Será que as pessoas são porreiras? Será que vou demorar séculos a chegar? Será que vou meter os pés pelas mãos? Será que vão gostar de mim???
Ai, ai. Sei que esta noite vai ser longa, mas... Isso é bom. Além do mais, tenho o Inverno do Mundo pousado na mesa cabeceira e hoje parece-me excelente companhia... Boa Sorte para mim!
E depois há os medos do costume. Como será o ambiente? Será que as pessoas são porreiras? Será que vou demorar séculos a chegar? Será que vou meter os pés pelas mãos? Será que vão gostar de mim???
Ai, ai. Sei que esta noite vai ser longa, mas... Isso é bom. Além do mais, tenho o Inverno do Mundo pousado na mesa cabeceira e hoje parece-me excelente companhia... Boa Sorte para mim!
Praga: a cidade velha
E para terminar (que os posts já vão longos e ainda nem vos falei de Budapeste!), alguns bocadinhos da cidade velha.
A praça da cidade velha é o ponto de encontro das free walking tours da Sandemans. Fizemos parte da visita com o Karel, mas acabamos por desistir a meio por causa do frio.
Estátua de Jan Hus na Praça da Cidade Velha. Jan Hus foi um pensador e reformador religioso (percursor do movimento protestante) que acabou por morrer na fogueira.
Uma das entradas para a praça (ao fundo a torre do Orloj). O edifício azul tem um Starbucks (um paraíso dos dias frios).
Torre do Orloj vista da Praça- Adoro aquele edifício avermelhado: parte do edifício ruiu e a parte que vemos é apenas fachada. O que caiu, parece que foi rasgado, tal os recortes mantidos.
O Orloj, o famoso relógio medieval. A cada mudança de hora o galo dourado (lá em cima) canta, e as portas azuis abrem para deixar vir "à rua" os 12 apóstolos. O mostrador astronómico permite saber a hora actual, assim como a posição da lua e do sol e o horário estrelar (embora esta parte eu não tenha percebido como). O mostrador inferior é um calendário.
Dizia a minha irmã "traz gorro, tapa orelhas, luvas e se quiseres um tapa narizes". E aqui está o "tapa-narizes". :)
"Il Commendatore", estátua em memória de Mozart, junto à Ópera onde foi apresentado pela primeira vez o Don Giovanni. "Não, isto não uma estátua de um dementor" dizia o Karel.
Frango com Guacamole e uma espécie de pizza num bagel, do melhor que comemos por cá, recomendação do Karel: o Bohemia Bagel.
Josefov, o bairro judeu (a comunidade judaica de Praga é a mais antiga da Europa) é um dos grandes "must see" de Praga. No bairro judeu é possível visitar 5 sinagogas, um cemitério com milhares de corpos e o "cerimónial hall".
A velha-nova sinagoga, é a mais antiga sinagoga do mundo (fora Israel) a funcionar. Foi construída no século XII e originalmente chamada de "nova sinagoga". No século XVI, quando novas sinagogas começaram a aparecer, passou a ser conhecida por "velha-nova". :) Sobreviveu a séculos de perseguição ao judeus e ainda lá está. Com mais de 700 anos ainda está em funcionamento. Ao fundo, a Town Hall, com dois relógios. O de baixo, tem os número em hebreu e anda "ao contrário".
Cemitério Judeu. Cerca de 12000 lápides, mais de 100000 mortos. O cemitério foi usado durante cerca de 350 anos. Como os Judeus estavam impedidos de comprar mais terra ou sepultar os seus mortos fora do gueto a solução era cobrir os túmulos anteriores e formar novas camadas.
Algumas das lápides estão ainda bem conservadas e permitem identificar alguns elementos.
Interior da Sinagoga Pinkas, actual memorial aos judeus da Boémia e da Moravia (regiões da Republica Checa), mortos pelos Nazis. O regime Comunista destruiu o memorial mas os 80000 nomes voltaram a ser escritos após a queda do mesmo. Não estão incluídos no memorial os nomes dos 183 000 judeus eslovacos assassinados durante o Holocausto. No andar superior há uma esposição com desenhos de crianças, encontrados no campo de concentração de Terezín. Das 8000 crianças enviadas para Terezín apenas 242 estavam vivas em 1945.
Interior da Sinagoga Espanhola, o interior mais bonito e impressionante de todas as sinagogas que vimos.
Vitral no interior da Sinagoga Espanhola.
Parte da fachada exterior da sinagoga espanhola.
Monumento a Franz Kafka, junto à Sinagoga Espanhola.
E mais uma vista sobre a cidade, desta vez, a zona ribeirinha da Cidade Velha.
Apesar do frio continuo a achar que fazer esta viagem nesta altura tem muitas vantagens: não há filas para nada, o avião foi muito mais barato, o alojamento idem e... a cidade não perde o enquanto. É claro que desagradável andar mais de meia hora seguida na rua, mas... o resto compensa. É claro que tivemos alguma sorte (se estivesse a chover, não teria sido tão bom). De qualquer forma Praga surpreendeu e entrou direitinha para o meu top 5 de cidades, e é sem dúvida um sítio "para um dia voltar". :)
segunda-feira, 11 de março de 2013
Praga: Little Quarter
Embora estivéssemos alojadas em Malá Strana, só ao terceiro dia fomos conhecer a grande maravilha desta margem do Vltava: o Castelo de Praga. O castelo, local de fundação da cidade, não é exactamente "um castelo", mas uma pequena cidade, com vários pontos de interesse (sendo o mais imponent a Catedral de S. Vito).
Porta de Entrada. Como o castelo (ou um dos edifícios do) servem de residência presidencial, o castelo tem guarda permanente. Na hora que chegamos apanhamos um render da guarda.
Interior do castelo.
Agora que olho para as fotografias que tenho do interior do castelo, reparo que que todas são da Catedral de S. Vito. A Catedral (e as suas inúmeras torres) dominam de tal forma a paisagem que se torna difícil querer olhar para outro lado.
As traseiras da catedral e uma tentativa de congelamento de imagem (longe do ideal, mas o frio não dava margem para grandes tentativas).
A construção da catedral demorou cerca de 600 anos (desde o século XIV ao século XX). As torres finas e rendilhadas e as janelas em arco quebrado, são um certo "ohhhh, que espectáculo" para mim.
(parte d')A entrada principal
O interior da catedral Adoro o pé direito muito alto (e a sensação de uau, como é que conseguiram?), os arcos, as cores no vitral do altar. Detalhes, detalhes e mais detalhes. :)
Um dos muitos vitrais da catedral. Adoro as cores e os efeitos que a luz faz ao passar por eles.
Os mosaicos do telhado (as catedrais góticas são sempre as mais incríveis).
Entrada lateral. Com dourados, o relógio, mosaicos...
A gárgula com frio e "barba".
E a subida ao castelo valia já por isto: a maravilhosa vista sobre a cidade.
Já fora do castelo, junto à ponte de Mánesúv, um monumento à segunda guerra. Uma inscrição em checo pede para ficarmos um momento em respeito das vitimas e vencedores.
"Karolo Quarto", Carlos IV do Luxamburgo, rei da Boémia no século XIV. Um dos grandes impulsinadores do desenvolvimento da cidade (entre outras coisas, criou a Universidade de Praga, a primeira da Europa Central).
Um dos "vicios" destes lados: esfregar estátuas para dar sorte. E como boas turistas e porque sim, numa das passagens na Ponte Carlos lá fomos nós fazer um festinha ao cão.
Parte do muro Lennon (aglures na zona "esquerda", quem sai da Ponte Carlos em direcção a Malá Strana). O muro surgiu como uma homenagem (não oficial!) a John Lennon, pouco depois da sua morte. Apesar das várias tentativas de apagar o muro, os grafites apareciam novamente. Ainda hoje em dia o muro vai sofrendo constantes actualizações (camada, sobre camada!).
Flocos de Neve!
Um Tdrlo (doce típico muito bom) e um chá, para combater o frio lá de fora.
sexta-feira, 8 de março de 2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
Praga: arquitectura
O frio da rua aliado à preguiça fizeram com que saíssemos sempre mais tarde "de casa" do que o planeado. A maioria dos edifícios abria cedinho e até a pizzaria em frente ao hostel estava aberta antes das 9h. Mas férias são férias e por muito apologista que seja de ver o máximo possível no tempo que lá estivermos "porque para dormir fico em casa", não somos de ferro e a idade pesa (cof, cof).
O segundo dia foi dedicado à "margem de lá" do rio: a cidade velha e a cidade nova.
Um dos tais canais na cidade pequena. Reparem na ponte com os cadeados e nos telhados cheios de neve.
Fachadas da Cidade Velha e Cidade Nova vistas da Ponte Carlos. O edifício que se vê ao fundo, com uma espécie de coroa dourada é o Teatro/Ópera Nacional de Praga.
Gradeamento que proteje um poço. Algures na cidade velha.
Praça da Cidade Velha, Igreja da Nossa Senhora de Týn (uma vez mais, adoro o inglês "Our Lady"). Igreja gótica, com torres diferentes (reparem que uma é mais estreita - Eva - que outra - Adão), chegou a ser durante vários anos uma igreja protestante (de um dos movimentos iniciados em Praga). A Igreja parece não ter entrada. Ouvimos duas explicações para este "problema". Uma das teorias defendia que os católicos checos descontentes com a Igreja Protestante construirem edifícios nos seu limites para a "esconder", a outra explicaba que a igreja era mais pequena e foi sendo aumentada ao longo da história até atingir o máximo dos seu limites.
Igreja de São Nicolau na Praça da Cidade Velha (não confundir com a Igreja de São Nicolau, na Cidade Pequena, do outro lado do rio).
Rua da cidade velha. Agora que vejo a fotogrfia que repao que passamos várias vezes pelo museu do chocolate sem reparar.
Pois que então, o frio era um problema grave. Ora o carapuço do casaco me cortava a visão periférica, ora o tapa orelhas me caía, ora não havia forma de arranjar uma solução ideal.
Diz a Rachelet nos postais de Praga que é impossível não sacar da máquina e desatar a fotografar as maravilhosas fachadas da cidade. Diz ela e eu assino por baixo. As fachadas, os detalhes, as histórias que podemos imaginar para cada edifício. É tudo tão bonito.
Mais uma praceta algures entre a Praça da Cidade Velha e a Praça Venceslau.
Interior da Igreja de Nossa Senhora das Neves. O segredo para não congelar era ir entrando em tudo o que fosse local minimente quente. As Igrejas eram boas soluções (assim como cafés, lojas de souvenires e tuditudi).
Frutos vermelhos em grandes quantidades e bem mais baratos.Aquelas embalagens com mirtilos, morangos, framboesas e outras berries, custavam menso de 2€.
De volta à praça Venceslau e.. a prova de neve, muita neve.
Os únicos examplares que encontramos, dos músicos de rua que aparentemente enchem a cidade em dias mais quentes. Café Tramvaj. Um antigo elétrico "atracado" no meio da Praça Venceslau qé agora uma café com excelentes snacks (dizia o LonelyPlanet). Estáva fechado quando lá passamos.
A 19 de Janeiro de 1969 e após a invasão soviética no ano anterior com fim a suprimir as reformas liberalistas conseguidas com a Primavera de Praga, Jan Palach ateou fogo a si próprio em plana avenida Venceslau, como forma de protesto. Um mês depois, Jan Zajíc fez o mesmo.
Outras fachadas da Praça Venceslau
Um bocadinho afastadas do centro histórica, comeceram a aparecer (muito pontualmente) edifícios menos bem conservados.
Dancing House ou "Fred and Ginger", desenhado por um arquitecto checo e por Frank Gehry dá um toque moderno à Cidade Nova (junto ao rio). Construído nos anos 90, o edíficio moderno é totalmente diferente de tudo o que encontramos na cidade. Mesmo assim, eu acho que encaixa bem.
Uma vez mais, o castelo de Praga, visto do "lado de lá" do Rio (penso que junto à Dancing House)
Algumas fachadas da zona ribeirinha.
A rua Naródni, que começa após a ponte junto à Ópera, divide a cidade velha da cidade nova.
Muro de um bar, junto ao Hostel
Uma das ruelas da cidade (que também faz lembrar o Porto ao meu pai). A mairia dos candeeiros do centro histórico, ainda são a gás (embora obviamento acendidos de forma elétrica e automática).
Vista nº 1001 sobre o Castelo e a Ponte Carlos.
Dancing House ou "Fred and Ginger", desenhado por um arquitecto checo e por Frank Gehry dá um toque moderno à Cidade Nova (junto ao rio). Construído nos anos 90, o edíficio moderno é totalmente diferente de tudo o que encontramos na cidade. Mesmo assim, eu acho que encaixa bem.
Algumas fachadas da zona ribeirinha.
A rua Naródni, que começa após a ponte junto à Ópera, divide a cidade velha da cidade nova.
Muro de um bar, junto ao Hostel
Já à noite, e por sugestão do staff do hostel, mais uma tour, desta vez sobre os fantasmas de Praga: percorrer a cidade à noite, com uma guia vestida "de morte", com um "kit enforcamento" atrás e ouvir as lendas da cidade.
A nossa guia, "que não conseguiu encontrar um guarda-chuva à altura"
Vista nº 1001 sobre o Castelo e a Ponte Carlos.