O
Natal para mim foi e é mágico. Tão mágico que não consigo explicar. O
Natal é fazer a árvore de Natal, é a preparação das festas, é a
casa cheia de gente, a aletria quente, a casa dos meus pais cheia de
decorações horrorosamente amorosas, as músicas, as ruas, o cheiro, o
ambiente e sim, também são os presentes.
Lembro-me
de um Natal em que recebi o Nenuco que tanto pedi. Devia ter uns
quatro anos e é uma das minhas memórias mais antigas. É o único Nenuco
que tive, foi um presente pedido e sonhado meses a fio. Na altura, sem
internet ou excesso de informação, chegou a casa dos meus avós um pai
Natal vestido de pijama cor-de-rosa, óculos de sol e uma barba de
algodão. Perguntaram-me se o conhecia! Claro que conhecia... Era o Pai
Natal! Deixou presentes para toda a família e uma caixa grande para
mim. Lembro-me de andar a entregar apressadamente as caixas a toda a
família, até que chegou a minha vez e as fotografias guardam muito bem
a minha felicidade. Sei ainda hoje as cores, as roupas e tudo o que veio
com aquele boneco.
Um
ou dois anos depois pedi uma bicicleta no Natal. Nessa altura lá em
casa só havia uma televisão pequenina a preto e branco, com sintonia
manual. Os meus pais queriam comprar uma televisão nova "com comando e a
cores", e eu também queria uma televisão. O meu pai disse-me "só
podemos comprar uma das coisas, a bicicleta ou a televisão, tens que
escolher"!. Recordo-me de perceber que a minha mãe não concordava muito com a imposição
do dilema e lembro-me perfeitamente de estar fora daquele contexto a
pensar no assunto, afinal... eu queria muito uma bicicleta com rodinhas e
queria muito ver bonecos coloridos! No fim... optei pela televisão
porque "assim era uma prenda para todos". Devo ter dado a resposta
certa, porque nesse Natal, houve televisão nova lá em casa e bicicleta
com rodinhas e um cestinho. Não me lembro como foi quando percebi que
iria receber a bicicleta...
Depois...
chegou a descoberta de que o pai Natal não existe. "Pai, o Sr. José
disse que o pai Natal não existe, mas é mentira não é?"... "É
verdade. O Pai Natal não existe! É o padrinho que se veste de Pai
Natal!". Lembro-me que fiquei triste. Não sei se por ser cedo de mais,
se por querer mesmo continuar a acreditar. Mas nunca foi uma tristeza do
estilo "sinto-me enganada!" foi só um botãozinho qualquer do "oh,
afinal não existe esta figura tão gira!". Desde aí, sempre tentei
promover o segredo do Pai Natal e mantê-lo vivo dentro do possível.
Problema... com a evolução do tempo o Pai Natal inevitavelmente acabou por se tornar num monte de presentes. Parece-me ter deixado de ser o senhor querido e mágico para ser o tipo meio assustador, com um fato duvidoso, em quem tropeçamos a cada esquina (literalmente). Mais do que isso, vivemos num absurdo excesso de coisas que nos tira a expectativa e a preciosidade de cada. Adeus Magia... Claramente não é o Natal que tenho tido (e que sobre o qual nunca tinha pensado muito...) que eu quero para o Duarte e nos últimos tempos parei para pensar nesta nossa definição do Natal. Juntei uma série de coisas boas (tradições!?) que quero ter e manter/criar lá por casa.
Decoração - O Natal começa com a Preparação da Casa. Fazer a árvore e preparar tudo em família. Bónus se houver músicas de Natal e chapéus de rena.
O Advento - Preparar um calendário do advento com tarefas (Fazer biscoitos, ver filmes de Natal, ligar a alguém, ver as decorações de Natal da rua, carta ao Pai Natal, bolachas de gengibre, ir a uma missa...). Este ano ainda não faz sentido a rigidez do calendário, mas para o ano quero adicionar. Gostava de fazer como a Maria e incluir na abertura da tarefa do dia um momento de família: pensar no melhor desse dia, falar dele e só depois abrir a surpresa do advento.
Pai Natal - O senhor de vermelho não é a figura central do Natal nem pode ser. O Natal é a celebração do nascimento de Jesus e, sobretudo, a festa da família. Por isso o Pai Natal vai oferecer UM presente. O presente que vai aparecer na árvore na manhã de 25. Se o Pai Natal aparecer noutras situações vai só estar lá para nos ajudar a distribuir... o senhor parece ter tempo livre e vários sósias. Deixaremos leite e bolinhos para beber quando lá for a casa. :)
Presentes - Eu gosto MUITO de dar e receber presentes. Por isso isto vai continuar. Roupa, Livros, Brinquedos. Sim, na medida em que são bons e precisos. Vou tentar oferecer também experiências, coisas especiais e envolver todos nesses momentos. Não vou embrulhar o que compro para mim. Não faz sentido e só acrescenta caos. Quero envolver todos na escolha do presente certo. O Duarte poderá abrir os presentes que as pessoas lhe dão quando as receber porque, expecto a prenda do Pai Natal, todos serão oferecidos pelas pessoas.
Postais - Enviar postais de Natal. Infelizmente (e com a greve dos correios nos próximos dias). Este Natal não enviarei a maior parte deles por CTT mas quero recuperar isto no próximo ano. E já agora arranjar um local onde comprar postais giros que não custem um balúrdio.
Ajudar - Pela primeira na vida organizei uma campanha solidária. E se é verdade que não é só no Natal que as instituições precisam de ajuda, não tenho a menor dúvida que é no Natal que aquelas crianças precisam "de mais qualquer coisa". Conseguimos oferecer presentes a 11 meninos, uma mala cheia de alimentos e uma pequena quantia em dinheiro. E tenho a certeza absoluta que fizemos a diferença para aqueles miúdos este Natal.
Histórias - Ler histórias de Natal. Ver e rever filmes de Natal. Criar toda a expectativa do dia. Adaptados à idade. No passado fim de semana vimos episódios do Pocoyo de Natal e decoramos envelopes com carimbos. :)
Mesa Cheia - Estão cá os nossos emigrantes, e se há coisa que eu gosto é de estar numa mesa cheia de gente! :) Com bacalhau, rabanadas douradas ou pão com manteiga :) há tempo para pequenos-almoços, almoços e jantares de Natal, que o que importa é estarmos com todos.
O dia 26 - O dia 24 e o 25 são a loucura. Entre preparativos, visitas de última hora e "estar" com todas as pessoas, estes dias são uma correria boa. Quero começar a tirar o dia 26 de férias, para ficar por casa, descansar do caos e aproveitar os brinquedos.
Problema... com a evolução do tempo o Pai Natal inevitavelmente acabou por se tornar num monte de presentes. Parece-me ter deixado de ser o senhor querido e mágico para ser o tipo meio assustador, com um fato duvidoso, em quem tropeçamos a cada esquina (literalmente). Mais do que isso, vivemos num absurdo excesso de coisas que nos tira a expectativa e a preciosidade de cada. Adeus Magia... Claramente não é o Natal que tenho tido (e que sobre o qual nunca tinha pensado muito...) que eu quero para o Duarte e nos últimos tempos parei para pensar nesta nossa definição do Natal. Juntei uma série de coisas boas (tradições!?) que quero ter e manter/criar lá por casa.
Decoração - O Natal começa com a Preparação da Casa. Fazer a árvore e preparar tudo em família. Bónus se houver músicas de Natal e chapéus de rena.
O Advento - Preparar um calendário do advento com tarefas (Fazer biscoitos, ver filmes de Natal, ligar a alguém, ver as decorações de Natal da rua, carta ao Pai Natal, bolachas de gengibre, ir a uma missa...). Este ano ainda não faz sentido a rigidez do calendário, mas para o ano quero adicionar. Gostava de fazer como a Maria e incluir na abertura da tarefa do dia um momento de família: pensar no melhor desse dia, falar dele e só depois abrir a surpresa do advento.
Pai Natal - O senhor de vermelho não é a figura central do Natal nem pode ser. O Natal é a celebração do nascimento de Jesus e, sobretudo, a festa da família. Por isso o Pai Natal vai oferecer UM presente. O presente que vai aparecer na árvore na manhã de 25. Se o Pai Natal aparecer noutras situações vai só estar lá para nos ajudar a distribuir... o senhor parece ter tempo livre e vários sósias. Deixaremos leite e bolinhos para beber quando lá for a casa. :)
Presentes - Eu gosto MUITO de dar e receber presentes. Por isso isto vai continuar. Roupa, Livros, Brinquedos. Sim, na medida em que são bons e precisos. Vou tentar oferecer também experiências, coisas especiais e envolver todos nesses momentos. Não vou embrulhar o que compro para mim. Não faz sentido e só acrescenta caos. Quero envolver todos na escolha do presente certo. O Duarte poderá abrir os presentes que as pessoas lhe dão quando as receber porque, expecto a prenda do Pai Natal, todos serão oferecidos pelas pessoas.
Postais - Enviar postais de Natal. Infelizmente (e com a greve dos correios nos próximos dias). Este Natal não enviarei a maior parte deles por CTT mas quero recuperar isto no próximo ano. E já agora arranjar um local onde comprar postais giros que não custem um balúrdio.
Ajudar - Pela primeira na vida organizei uma campanha solidária. E se é verdade que não é só no Natal que as instituições precisam de ajuda, não tenho a menor dúvida que é no Natal que aquelas crianças precisam "de mais qualquer coisa". Conseguimos oferecer presentes a 11 meninos, uma mala cheia de alimentos e uma pequena quantia em dinheiro. E tenho a certeza absoluta que fizemos a diferença para aqueles miúdos este Natal.
Histórias - Ler histórias de Natal. Ver e rever filmes de Natal. Criar toda a expectativa do dia. Adaptados à idade. No passado fim de semana vimos episódios do Pocoyo de Natal e decoramos envelopes com carimbos. :)
Mesa Cheia - Estão cá os nossos emigrantes, e se há coisa que eu gosto é de estar numa mesa cheia de gente! :) Com bacalhau, rabanadas douradas ou pão com manteiga :) há tempo para pequenos-almoços, almoços e jantares de Natal, que o que importa é estarmos com todos.
O dia 26 - O dia 24 e o 25 são a loucura. Entre preparativos, visitas de última hora e "estar" com todas as pessoas, estes dias são uma correria boa. Quero começar a tirar o dia 26 de férias, para ficar por casa, descansar do caos e aproveitar os brinquedos.
E o mais importante... aproveitar cada bocadinho de uma das alturas mais bonitas do ano.
Feliz Natal!