sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Preciso de férias.

Há mais de um ano que não tenho uma semana de férias. Achei que não precisava, que não fazia mal, que podia perfeitamente aguentar-me com uns dias aqui e acolá e que podia esperar calmamente pela entregue da tese do Tó para depois calmamente tirar férias.

Sim, enganei-me.

Há quase dois anos que não durmo uma noite seguida. A altura é péssima para férias no trabalho agora que, todos frescos das férias, estão cheeeeiiionhos de ideias e coisas para fazer. E... se calhar isto é que significa chegar à casa dos 30. Na verdade estou a dar o tilt.

A minha cabeça está pelas ruas da amargura. Eu, que me lembro sempre de tudo, esqueço-me de coisas que fiz de manhã. O meu querido raciocínio rápido, parece uma tartaruga doente. Por vezes preciso que voltem a repetir coisas porque nem sinto consigo processar o que me dizem. E o multitasking já está em coma há meses. Faço muito mais asneiras por distração do que as que me estão inscritas no ADN. Ou então faço todas as que lá estão porque não as consigo contrariar. E têm sido bastantes. Estou mais irritada, mais ofendida. Irrito-me porque quando cheguei a um espaço público onde já estavam 5 pessoas e disse "Bom dia!", ninguém respondeu. Irrito-me porque há gente alucinada que imagina os transportes públicos portugueses como aquilo que viu num filme indiano e decidir expor ideias estúpidas. Irrito-me porque as autárquicas parecem um circo e nem sei em quem votar no Domingo. Irrita-me ouvir pessoas a dizer "eu não vou votar, também ninguém vota em mim" (a sério?). Irrito-me porque demoro 3h a fazer o que normalmente faria em 1h e os dias não podem ser desaproveitados assim. Irrito-me porque não tenho vontade de ir ao ginásio. Irrito-me porque o meu corpo me pede para ir ao ginásio e eu não ouço. Irrito-me porque só quero comer porcarias. Irrito-me por estar irritada e porque eu não sou assim.
Esta post não serve absoultamente para nada a não ser para me lembrar a mim mesma que... preciso de parar e que nunca mais poderei ter esta brilhante ideia de achar que não preciso de férias. Preciso. De-ses-pe-ra-da-men-te. Preciso de uma semana sem pensar em nada. Preciso mesmo. E espero que ela esteja a chegar.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Ainda da sustentabilidade

Penso muitas vezes no legado que estamos a deixar aos nossos filhos. Não sei se por causa do Duarte ter nascido ou uma consequência natural do que acontece. Assusta-me a enormidade de espécies extintas ou criticamente em perigo, o número crescente de problemas de saúde associados ao nosso estilo de vida, o clima estranho que estamos a ajudar a provocar.

A verdade é que, passando da teoria à prática, nem sempre consigo integrar rotinas sustentáveis no caos do dia-a-dia. Aparentemente, dado o meu estilo de vida, a partir do dia 26 de Abril já estou a usar créditos de planeta. Se toda a gente vivesse como eu/nós... seriam necessários 3 planetas!
Estive a pensar no que estamos a fazer bem e onde há espaço para melhorar.
Lá por casa as compras estão a tornar-se mais conscientes. Dentro do razoável, temos tentado comprar com qualidade, o que é substituído, se estiver em condições é sempre reaproveitado (guardado, dado, vendido, emprestado, arranjado...). A casa tem um bom isolamento e tenho reparado que quase metade da nossa energia vem de fontes renováveis (está descrito na fatura, zero mérito nosso). Tenho tentado estar atenta à origem dos produtos e temos comprado menos. Tenho feito iogurtes em casa, evitado comprar pacotes de bolachas que vêm com mini pacotinhos e até feito pão em casa. Voltamos aos transportes públicos do dia-a-dia e sempre que possível andamos a pé.
Há obviamente coisas que não faz sentido mudar. Não posso deixar de usar o carro alguns km por dia, não quero deixar de comprar livros ou deixar de tornar a minha casa mais bonita (mesmo que isso implique mais coisas). Não vou deixar de comprar t-shirts baratas de origem duvidosa para o meu filho que suja roupa a velocidades super-sónicas. Há muito mais para fazer... Assim de repente, lembro-me de 4!
  • Temos sido incrivelmente preguiçosos com a reciclagem. Fazemos alguma reciclagem, mas os recipientes para reciclar estão pouco "à mão". Não faz sentido, é preciso arranjar uma forma de simplificar o processo.
  • Tenho a sorte de ter uma mãe (e não só) que tem fruta, legumes, carne, ovos de produção própria. Muitas vezes, por pura desorganização compro produtos frescos embalados em vez de usar os da casa. 
  • Lá em casa além de um frigorífico combinado temos uma arca-congeladora. O problema é que a arca está nos arrumos e fruto de muitos meses de horários alucinados, é frequente não nos lembrarmos de usar as coisas que lá temos (ao ponto de estragar comida). Temos que arranjar forma de ter o conteúdo congelado mais "à mão". 
  • Com as eleições à porta seria interessante espreitar se a sustentabilidade nas cidades faz parte de algum dos planos eleitorais. Se bem que nem tenha muito bem a noção do que há a melhorar a um custo "praticável" para as minhas bandas gostava de perceber...
É só uma agulha pequenina. Mas é preciso começar. :) 

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