segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dois anos de ti

Dois anos de ti
Querido Duarte,

Meu pequeno rapazinho! Há dois anos que cá estás. Uau! Dois anos em que te acompanhamos, em que aprendemos a ouvir-nos e a ouvir-te, em que continuamente nos deliciamos.
Estás todos os dias menos bebé, mais rapaz. Tens vontades, ideias e  gostos. O tempo voa, como o cliché dita, mas não há como fugir dele. És sorridente, traquina, feliz. Deliras com animais, com motores e rodas, com botões e coisas eletrónicas, com "a rua" e com bolas! Começas a aprender a lidar com os impulsos e a frustração e o desafio destas lições é para todos nós. Eras um comilão adorável e agora decidiste que não queres sopa e que não gostas de algumas coisas. Estás muito mais desconfiado com a comida mas a fruta continua a ser uma verdadeira paixão.  Deixaste de gostar de piscinas onde não sintas o chão. Bates palmas sempre que estás feliz e danças de uma maneira tonta que derrete toda a gente. Depois de te ambientares és extraordinariamente simpático. Adoras dormir com companhia e acabas sempre a saltar cedinho para a nossa cama.
Não falas. Não falas mas expressas-te lindamente. Mesmo assim, o facto de isto estar "atrasado" deixa-me doida, confesso. Às vezes preciso de parar, olhar para ti, e ouvir o meu instinto dizer-me que estás bem, que estás a aprender coisas novas todos os dias e que daqui a nada desbloqueias a fala. Estou mortinha para poder "reclamar" de tanto que dizes. O pai continua a dizer que estás ótimo.

Este Outubro, fomos passear os três. Andaste de avião e portas-te lindamente. Fizemos uma espécie de road trip e adoraste. És um grande companheiro e foi muito bom termos finalmente as nossas férias merecidas. Prometo que tentaremos repetir todos os anos. Prometo mostrar-te coisas novas e bonitas. Prometo continuar a ser uma mãe ranhosa que luta sempre para te passar um tablet ou um telemóvel para a mão. Aposto que um dia me vais compreender.

Tens tudo de meigo e traquina. Tens um ar de rapazinho muito feliz. És tão querido, tão bonito e tão nosso que paro (paramos) muitas vezes a contemplar-te. Morremos de saudades quando estamos longe e acabamos por falar em ti nessas ausências. Somos uns pais chatos, babados e orgulhosos. Que o tempo voe, seja bem vivido e a nostalgia por todos os momentos bons continue.

Amo-te.
Mãe

Bolo número 4 de aniversário do Duarte.  Sim, é um bolo feio do qual eu muito me orgulho! :)

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

7 coisas sobre viajar com bebés de avião

7 coisas sobre viajar com bebés de avião


No início do mês fomos passar uns dias à Bélgica. Uma espécie de mini-férias e o aproveitar dos últimos dias do Duarte com menos de 2 anos (e consequentemente com um preço de viagem mais simpático). Correu tudo muito bem. Sei que o Duarte nunca se irá lembrar destes dias, mas nós vamos e acredito que há sempre um bichinho que fica destas experiências boas. Descobri uma série de coisas sobre viajar com bebé que... podem dar jeito. :) 
  •  Custo: o bebé viaja no colo (até aos 24 meses) e consequentemente não paga bilhete. As companhias podem comprar uma taxa (a Ryanair cobra 20€ por viagem) mas o preço é sempre baixo.
  • Documentação: o normal... Cartão de Cidadão (viagem na UE) e Cartão de Embarque. Isto porque viajou com os pais. Não sei como funcionaria em caso de ir com outras pessoas ou apenas com um de nós. 
  • Bagagem: É possível transportar até dois módulos grandes (carrinho, cadeira do carro, cadeira da papa...) sem qualquer custo extra. Na Ryanair podemos ainda levar uma bagagem de 5kgs para o bebé, mas não percebi se é regra ou política da companhia. Os itens grandes viajam como bagagem de porão (para o qual deve ser feito check-in no balcão) mas o carro só é entregue na porta do avião. À saída do avião, o carro está "à espera". Esta vantagem não é exclusiva de crianças até aos dois anos, mas não sei qual a idade limite.
O que levamos connosco numa viagem de 5 dias no inverno: duas mochilas (é ótimo ter as mãos livres!), casacos, o carrinho bengala, e uma mala pequena com as coisas dele para a viagem (a tal até 5Kgs). Tinha a comida, fraldas, água e toda uma panóplia de brinquedos e livros. 
  • Mobilidade: Se o Duarte fosse mais pequenino não exitava em levar a mochila ergonómica. Como com 90cm e 14Kgs de gente o transporte agarradinho a mim já não é assim tão simples, optamos por levar o carrinho. Decidimos comprar um carrinho bengala para esta viagem, como iria no porão e seria potencialmente mal tratado não quis arriscar em enviar o carrinho do trio. Foi uma boa opção e vai passar a ser o carro "trator". :) 
  • Alimentação e Líquidos: É possível entrar com líquidos para o bebé (papas, boiões, leite, água, iogurtes...) sem restrições de capacidade da embalagem. Não li sobre a quantidade total máxima mas acredito que reine o bom senso... Não é suposto levar comida para TODOS os dias de estadia fora!! Pelo que o segurança do Aeroporto do Porto me explicou, este é um benefício dado para viagens com crianças até aos 8 anos. Não encontrei esta informação escrita.
  • Embarque: Aqui foi a parte "complicada". Na viagem do Porto para Bruxelas, o Duarte adormeceu no carrinho enquanto esperávamos que as portas abrissem. Mesmo assim, a hospedeira de bordo, incrivelmente querida, avisou-nos que teríamos prioridade no embarque se o pretendêssemos ou, caso não quiséssemos esperar ao frio com ele, nos avisava para irmos só no final. No regresso... com o Duarte aborrecido, depois de muito tempo na fila para a porta de embarque abrir, decidi perguntar se tínhamos prioridade no embarque, uma vez que simplificaria muito poder senta-lo e ir brincando com ele enquanto aguardávamos já no lugar. A resposta que obtive da companhia foi "pagou pela prioridade? não pagou, não tem". Assim, fico sem perceber se a prioridade que tivemos no Porto foi por questões legais ou por puro bom senso. Não é política da Ryanair. A Easyjet, por exemplo, anuncia que dá prioridade a famílias com bebés (depois da prioridade das pessoas que pagaram por ela, o que me parece justo)
  • Desconforto na viagem: Estávamos com algum receio. Pressão nas orelhas, muito tempo sentado, trocar fraldas, adormecer o rapaz, convencê-lo a estar com cinto... Humpf! Foi muito mais simples do que podíamos prever. Na viagem de ida, adormeceu ainda antes de embarcarmos, e só acordou a meio da viagem. Foi fácil entretê-lo com o lanche, jogos e livros que levamos. Quando começou a ficar aborrecido (e a tentar brincar com o cabelo da senhora da frente...) fomos dar uma voltinha no corredor. Troquei a fralda na casa de banho do avião e foi um bocadinho acrobático. O Duarte já é gigante para aquele espaço e estava deliciado a tirar toalhitas das mãos. Assim... enquanto o convencia a estar parado, apoiava o cotovelo na saída das toalhitas para impedir a brincadeira e o segurava para tocar o mínimo no wc (esqueci-me de levar base para trocar...), ainda trocava a fralda. Yeah, mãe-acrobata! Depois do passeio, voltamos para o lugar, o rapaz estava fascinado com a aterragem. No regresso, foi ainda mais simples. Vimos o avião levantar e depois... adormecemos os 3. Nesta fase valeu-me a mama para tornar tudo ainda mais simples. Dormiu durante toda a viagem. A mama era também o meu plano para potenciais problemas nos ouvidos durante o voo e por isso levei roupa que simplificava a amamentação (o lugar da pessoa com o bebé é, na Ryanair, forçosamente à janela, o que simplifica também este momento).
De uma forma geral foi mais simples e muito melhor do que a minha perspetiva mais optimista. Venham as próximas :)


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