terça-feira, 24 de julho de 2012

uma casa

uma casa
Ontem compramos uma casa. Ontem compramos uma casa. Ontem compramos uma casa.

Preciso de repetir muitas vezes para ter a certeza que é mesmo verdade. 

Ontem compramos uma casa. A Casa. A que andávamos há quase um ano a procurar. À qual chegamos por um golpe de sorte. A que eu só acreditei que era NOSSA quando vi os nomes naquela Escritura.

Ontem compramos uma casa. A NOSSA casa. E eu estou cheia de friozinhos na barriga. Porque só vejo números a passar, porque é um grande passo, porque agora tenho alguma coisa efectivamente MINHA. Uma casa. Uau.

Ontem compramos um apartamento que não é a casa dos meus sonhos, só porque essa tem um jardim grandalhão e não tem vizinhos nas paredes ao lado. Ontem compramos um apartamento cheio de espaço e luz, pertinho do mar, pertinho do Porto, pertinho dos nossos. Ontem compramos um apartamento que é o único sítio que eu quero, agora, para uma Casa. 

Ontem compramos uma casa e eu já estou cheia de ideias. Da mini-micro-churrasqueira da varanda. Do friso da cozinha que vai desaparecer. Dos puxadores que vou mudar. 
 
Ontem compramos uma Casa. Aquela onde eu quero levar toda a gente. Aquela que eu quero mimar, que eu quero arranjar aos bocadinhos, com cuidado. Aquela que vai ter a árvore de Natal grande e duas cadeiras na varanda das traseiras. Aquela que eu imagino, uma vezes, cheia de amigos, outras tantas, cheia de calma. Aquela que terá muitas fotografias pelas paredes e livros por todo lado. Aquela que não me faz reclamar, por agora, por receber prendas "para a casa" (e eu que sou tão contra prendas que não sejam para mim!). 

Ontem compramos uma casa. Ontem compramos uma Casa. Ontem compramos A Nossa Casa. E eu não podia estar mais feliz.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

196.366

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Domingo, último dia do Workshop, acordei às 5h da manhã para ir levar uns amigos ao aeroporto. Voltei, adormeci, acordei às 8h30 para tratar do "poster" (sim, entre aspas, que aquilo era uma cartolina com fotografias mal coladas) para apresentar. E se já é mau acordar muito cedo num dia, é pior ainda acordar duas vezes cedo no mesmo dia. 

Às 10h estava em Serralves e o humor começou ligeiramente a melhorar. Mostramos resultados, a Mariana comentou as fotografias mais bem conseguidas, debatemos, explicamos as dificuldades sentidas, as dúvidas e depois regressamos à prática. A fotografia com pouca luz, as aberturas, as cores, as sombras... Gosto desta sensação de, depois de muito lido e falado (não só de agora) mas já ter perfeita noção o que são e como se trabalham as variáveis da fotografia, de saber onde devo mexer e porquê, de perceber o que significam os números e sobretudo, de não sentir que não preciso dos modos automáticos para quase nada.

O melhor de tudo? Ver que, embora lentamente, estou melhor. Não tenho qualquer objectivo definido quanto a vir a ser fotógrafa mas gostava muito de tirar boas fotografias. Principalmente das minhas pessoas, dos meus sítios, do que vejo. E apesar do que ainda haver um enrome caminho pela frente, eu noto melhorias e isso é tão bom (estou orgulhosa caramba!). 

Próximos objectivos "técnicos"? Habituar-me a pensar antes de disparar e fazer um "a picture an hour" como deve ser. A ver vamos

quinta-feira, 19 de julho de 2012

195.366

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Apetecia-me dizer-vos que este tinha sido o meu pequeno-almoço. Que tinha tido tempo de tirar uma cappuccino na máquina nova, que tinha feito um bolinho no dia anterior e comprado mirtilos fresquinhos. 
Mas, a verdade é que de manhã só me consigo arrastar e fazer um esforço para beber um bocadinho de leite. Por isso, fica um bocadinho do nosso jantar/ceia de um destes dias já que, vistas bem as coisas, nem tem sido muito distante da hora do pequeno-almoço.

194.366

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Bom dia alegria! 

(Que isto tem que ser animado hoje, que isto de ir a festivais e vir trabalhar no dia seguinte não é fácil!)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

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A "nossa" doce Maria. Já lhe senti um pontapé e não tarda nada estamos com ela ao colo. 
Esperamos por ansiosamente por ti. :)

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Na primeira sessão do Workshop trouxemos como "trabalho de casa" o desafio "uma fotografia por hora". A ideia é, desde que acordarmos até nos deitarmos, tirar uma fotografia a cada hora. Este é sem dúvida um excelente exercício: fotografamos quer em interior, quer em exterior, com vários tipos de luz, em diversos contextos. O facto de termos que tentar tornar fases do nosso quotidiano em fotografias obriga-nos a fugir do óbvio, a pensar na composição, a procurar.  O problema é que tem outros pressupostos: exige disciplina e tempo. E tempo é o que eu não tenho tido nas últimas semanas. Conclusão: o meu trabalho ficou uma valente porcaria. Foi muito difícil conseguir fotografar, fará conseguir fotografar bem e a tempo de imprimir as fotografias e compor um poster. A ideia da impressão era perceber o quão diferente fica uma foto impressa e analisar os vários trabalhos na sessão de Domingo. Estive a um nadinha de decidir não apresentar mas, se é verdade que odeio mostrar coisas sobre as quais não esteja confiante é também verdade que não gosto de desistir. Enfim. Imprimi o que tinha, levei e acabei por achar que apesar de estar muito fraquinho, não estava péssimo. Conseguir tirar vários tipos de fotografia, conseguir testar as várias variáveis e consegui mostrar que sei usar a grande maioria das funções da máquina (o que significa que a partir de agora, todos os problemas das fotografias serão única e exclusivamente culpa minha!). Fiquei com imensa pena de não poder fazer uma coisa em condições mas... melhor dias virão. :)

* Na imagem, uma das fotos do desafio. Parei o carro ao final da tarde e decidi fotografar pessoas que iam a passar (sob risco de alguém se zangar...). Saiu esta para uma das foto das 21h. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

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«"Tens um mano na tua barriga?" - entrou de rompante pelo meu quarto. A mãe, internada no quarto ao lado, tentou demove-la. " Não incomodes a senhora! Anda cá!". Mas ela continuava a olhar para mim, de pé, à beira da minha cama de hospital. Olhos azuis, cabelo louro, 4 anos de gente.
"Também tens um mano na barriga?"- insistia. Pego-a ao colo para se sentar aos pés da cama, leve que nem uma pluma. "Cuidado com o meu cateter!". A mãe, pálida e com ar gasto, grávida do mesmo tempo gestacional que eu, a contar-me da leucemia da filha, dos tratamentos de quimioterapia, da gravidez que pode ser uma esperança de vida, de mais vida ainda, o verdadeiro milagre da vida, para a filha que já vive. Das possibilidades de compatibilidade do novo bebé, que entretanto ganha pouco peso no útero, fruto do sistema nervoso da mãe que, internada, não acompanha pela primeira vez, em dois anos e meio, o ciclo de químio da filha. "»
Do Quadripolaridades, história completa aqui. 

 
 
Eu quis ajudar. Não os conheço, não vou resolver os problemas do mundo, mas sabe imensamente bem ajudar alguém. Por isso, peguei na Vannya e fomos às compras para a Bia e para a família. Fizemos um pequeno cabaz e já o enviamos. A minha (tentativa de)  inscrição no Banco de Medula foi feita há já vários anos. As células estaminais irão, sem dúvida, para um Banco Público, quando essa fase chegar. Por isso, restou-me ajudar assim e torcer para que esta história tenha um bonito final feliz.

(Mais sobre isto no Quadripolaridades aqui ou aqui.) 

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Na semana passada foi semana de Workshop Rockstar Photo com a Mariana: um grupo pequenino, longas conversas informais para falarmos... de fotografia: perceber a melhor luz, objectos a esconder, composição, análise de imagens, discussão de opção. Muito bom.

Esta primeira sessão decorreu dentro de uma TownHouse (mini Hotel) - Townhouse e rosa et AL.  -  tão bonita! Dentro em breve estará aberta ao público, para jantares, dormidas ou outros que tais. Fica na Rua do Rosário e do pouco que vi recomendo. Para abrir o apetite, nós tivemos direito a um lanche(ão) de comer e chorar por mais. :)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

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 @algures na estrada entre Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida

quarta-feira, 11 de julho de 2012

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@Parque Arqueológico do Vale do Côa, no (muito espectacular*) visita nocturna.

*porque as gravuras ficam muito mais destacadas e porque aquilo é o mais "natureza pura" onde eu já estive. Veem inúmeras estrelas a olho nu e não se vê uma única luz (fomos com uma lanterna apenas) e a presença humana é tão escassa que os bichos não tinham medo de nó. No pouco tempo que lá estivemos vimos vários sapos, um ou dois morcegos, milhares de mosquitos, e outras companhias (é incrível a quantidade de barulhinhos de animais que se ouve).

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O fim de semana passado foi passado em Figueira Castelo Rodrigo, na Quinta Pêro Martins. Tão bom, tão relaxante, tão simpático, tão "em casa". Gostei tanto do tratamento pessoal, tão diferente dos industriais e matemáticos hotéis. Todos os quartos eram diferentes, a decoração muito bonita, o pequeno-almoço caseiro e feito para a hora que quiséssemos, sem horário, sem restrições, sem chatices... Perfeito.

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"Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!"

(Esquadros,  Adriana Calcanhotto)

185.366

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outorgante
(outorgar + -ante)

adj. 2 g. s. 2 g.

1. Que ou o que outorga.

2. [Direito]  Cada uma das partes que figuram numa escritura pública.

terça-feira, 10 de julho de 2012

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Let´s do this together?

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E agora que o bom tempo o almoço é feito na nossa "explanada" privada: por cá há mesinhas no jardim à disposição. Sabe tããooooo melhor almoçar ao ar livre.

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Kit para transformar um fim de semana ranhoso, de trabalho, num fim de semana razoável! :)

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Ir jantar fora e entrar-me a TEUP restaurante a dentro e cantar esta música é coisa para me deixar assim muito para o... nostálgica. Gosto tanto. :)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla. *

"A vida, sabemos, é farta de injustiças. A vida não sabe nada de si. É cheia de inuendos. De curvas apertadas. De silêncios incómodos. O pior destes silêncios talvez seja o da memória. A memória de Gabriel García Marquez calou-se. Sem respeito por nós, leitores. Sem respeito por Gabriel García Marquez que, ironicamente, escrevia a sua autobiografia no momento em que a sua memória escolheu o silêncio. E é assim que, mais uma vez, a vida nos mostra o quão impotentes e pequenos somos. García Marquez viveu e vive, mas já não poderá contá-la. Perdemos nós, egoístas, ávidos de beber as suas palavras, colocadas maravilhosamente umas à frente das outras. Perde García Marquez, que não se recordará, daqui para a frente, o quanto ficará guardado na memória do mundo."
*Gabriel Garcia Marquez

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A propósito de hoje, mas como foto de há muitos dias: a minha t-shirt nova que comprei por... gostar da mensagem!

Rockstar Photo

Hoje é dia de Workshop com a Mariana. Estou mortinha para que chegue "logo à tarde".

Gostava muito de saber fotografar pessoas mas... parece-me o mais difícil. Fotografias bonitas, espontâneas e que transmitem exactamente aquilo que queremos não mesmo nada fácil. Mas hoje, hoje vou ouvir o que a Mariana tem para contar. Mal posso esperar! :)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Esta semana.

Esta semana.
Esta semana arrisquei.
Esta semana tive insónias (e eu nunca tenho insónias).
Esta semana senti-me imensamente feliz.
Esta semana perdi um livro.
Esta semana trabalhei muitas horas a mais.
Esta semana apalavrei/assinei mais contratos que em toda a minha vida.
Esta semana tive um medo do catano.
Esta semana vi um programa sobre formigas às 4h da manhã.
Esta semana fiz coisas parvos por cansaço.
Esta semana senti-me cheia de energia.
Esta semana dei passos tão grandes como as minhas pernas.
Esta semana encontrei uma coisa que procurava há muito tempo.
Esta semana decidi ajudar.
Esta semana recebi visitas inesperadas.
Esta semana já era "de loucos" e ainda a loucura ia a meio.
Esta semana senti-me "grande".



Por isso, este fim de semana vou fugir para onde há sol, terra, burros, relva, compotas e surpresas. Volto na segunda. Bom fim de semana!




Acabo de ser informada que, muito provavelmente, irei ficar sem subsídio de férias e de Natal, já para o ano. Algo me diz que, durante este post, vai baixar-me a tourette. Não lamento. O vernáculo sempre foi o meu forte e, pelo menos isso, não me poderás tirar. Cabrão! Sei que a crise é para todos, Deus sabe o quão solidária eu fui contigo no início. Quando tudo me parecia organizado, esquematizado, coerente. Quando os esforços faziam sentido. Houve uma altura em que, se não considerássemos a mágoa de ficar sem dinheiro, tudo conseguia fazer sentido. Compreendi-vos, a ti e às tuas medidas, durante meses. Mesmo andando contra a maré. Defendi-te porque, no fundo, achava que eram necessários alguns esforços para pôr o país em ordem. Confiei em ti. E tu? Tiro no pé atras de tiro no pé. Os pés do teu governo parecem uns passadores. És um filho da puta, espero que saibas. Sem arrobas. Bendita tourette que só me ataca quando é preciso. O teu governo anda a brincar às casinhas. Disseram que faziam, que aconteciam, que a coisa estava controlada, que sabiam o que estavam a fazer. Apontaram o dedo aos outros, os que lá estiveram... Afinal, mais do mesmo, é tudo a mesma merda. Tu próprio és um merdas, sabes disso? Deves saber. As pessoas já to devem ter dito. Talvez não tenhas levado a sério, cheio de ti próprio. Ao mesmo tempo que reiteras a confiança no gajo que, por lapso, mentiu no currículo, tiras mais e mais aos outros. Aos que parecem ser julgados num processo kafkiano, incertos das razões do processo. Obviamente, chateia-me vir a ficar sem subsídio de férias. Puta que pariu, preferia pegar no dinheiro e dá-lo todo para caridade do que dar dinheiro para te ajudar a fazer uma filhadaputice que não tem (outro) nome: por estarem a cometer uma ilegalidade subtraindo o subsídio aos funcionários públicos, passam a tirar a toda a gente, já que assim deixa de ser inconstitucional. Igualdade? Pois sim, senhores. Todos igualmente roubados. Terás tu noção do que estás a fazer? As pessoas estão pobres, desesperançadas, carregada de dívidas. Sei de pessoas que precisam do subsídio para pagar seguros. Para levar o carro à revisão. Para pagar dívidas. Para comprar livros escoares para os filhos. Haverá as que querem ir de férias. Tendo trabalhado todo o ano, parece-me razoável. Os hotéis e os restaurantes também precisam de viver. Quanto mais não seja, precisam do suficiente para pagar os impostos. Se eu fico triste por ficar sem subsídios? Fico, claro. Mas sabes o que me revolta, à séria? É que te sirvas de expedientes dignos de um ditador, um daqueles que deixam a democracia em stand by durante uns tempos, para deixar o país a seu jeito. Um déspota que ousa ignorar a merda que tem em casa, os pelintras que alberga, mas que não hesita castigar os que se atrevem a existir. Quando a vida nos sai num pacote, em forma de cargo político atrás de cargo político, talvez seja fácil dormir à noite.

domingo, 1 de julho de 2012

179.366

179.366


E nós bem torcemos, gritamos e aplaudimos mas não chegou. E eu que gostei tanto desta casa cheias, dos jantares improvisados (jantei frango churrasco em 4 dos 5 jogos de Portugal), e das noites grandes. Logo, na final, torço pela Itália (é verdade, sou ressabiada). Esperemos por novas edições em 2014. E venham os Olímpicos.
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