sexta-feira, 24 de julho de 2015

Perguntam-me o que é se faz por lá.

Muitas vezes, quando digo que vou passar uns dias a Bragança, ouço a pergunta "Mas que raio se faz por lá? Deve ser mesmo chato, não ter nada para fazer..."

Não percebo a pergunta, principalmente porque quando vem, na grande maioria das vezes, é pessoas que adoram férias de praia, "sem nada para fazer" (nada contra).

Pois então... eu explico o porquê de gostar tanto de fugir para o cantinho do nosso país:
  • A viagem até lá dura pouco mais de 2h (o que a torna perfeita para fins de semana calmos);
  • O centro histórico da cidade é muito simpático e tem várias coisas para descobrir: um castelo, igrejas e centenas de anos de História para conhecer;
  • A par do Alentejo é, para mim, o sítio onde melhor se come em Portugal;
  • A temperatura máxima média em Julho e Agosto ronda os 30º, por isso encontrar o Calor não é um problema. O frio também não, e com sorte no Inverno é possível ver nevar.
  • Amoras silvestres no Verão, nozes no Inverno (ambas, literalmente, "aos molhos"). 
  • Pouca gente. Não sendo um destino típico para turismo (e se excluirmos algum o acréscimo de emigrantes em Agosto) conseguimos facilmente fugir de multidões;
  • Uma hora até à Sanabria ou Zamora. Duas até Salamanca ou Léon;
  • O Parque Natural de Montesinho, cheio de trilhos, atividades e sítios giros para conhecer;
  • Inúmeros sítios pequeninos perto para conhecer: aldeias, rios e lagos, piscinas naturais;
  • As lareiras a arder no Inverno, a piscina no Verão;
  • As refeições cozinhadas no fogão a lenha com o frio, os churrasco no pátio todo o ano;
  • O silêncio;
  • Estar longe da confusão mas ter tudo muito pertinho;
  • Os queijos e enchidos;
  • O resto. As pessoas. O ar puro. Poder ir apanhar as frutas que estão nas árvores. Ter espaço fora de casa, ver árvores a crescer de cada vez que lá voltamos. As melhorias que se vão fazendo em casa. Os projetos que aparecem. Os gatos que são de todos, os pássaros e o grilos a cantar ali ao lado, e até o ouatos que são de todos, os pássaros e o grilos a cantar ali ao lado, e até o ouriço que já lá vimos passar. As estrelas que não são ofuscadas, a vista desafogada até Espanha. O tempo para ler. A falta de vontade de pegar nas tecnologias (que apesar de tudo eu levo sempre atrás...). 
Eu gosto destas férias. Não são o único tipo de férias que eu gosto mas para nós parecem-nos perfeitas. As viagens de avião são geralmente bem mais baratas nos meses mais frio (e mesmo o alojamento) por isso, conhecer sítios novos pode ficar para a época baixa. A minha cidade preferida fica a 20Km de casa, e tenho a sorte de a ver todos os dias de trabalho. A praia está ao fundo da rua, e sempre com alguém conhecido por perto. Por isso, as nossas férias grandes (e algumas escapadinhas curtas) ficarão sempre reservadas para esta calmaria. Não se preocupem que por lá não se morrerá de tédio. :)

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Percebo que estou efectivamente "grande" quando...

... já com a cadeira na altura mínima (facilita o encaixe da barriga de baixo da mesa!) começo a ter que aproximar o teclado para conseguir trabalhar.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Se esta manhã viram uma tolinha a dançar sozinha no carro... era eu*

Se esta manhã viram uma tolinha a dançar sozinha no carro... era eu*


*Há que tirar as vantagens de vir de carro...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Feliz

Há muito tempo que me apetece sentar-me a escrever. Adio sempre. Nunca sei como escrever, explicar. Nem sei se o que escrevo interessa a algúem, mas hoje... Hoje apetece-me escrever.
Tenho tudo e nada para contar. Apercebo-me que excluindo os 3 míseros posts na primeira metade do ano abandonei este blogue em Novembro passado. Estive sem postar mais ou menos durante o mesmo tempo deixei acumular fotografias no cartão de memória. No último Domingo revi os últimos 8 meses em imagens. Hoje apetece-me escrevê-los.

Novembro foi um mês estranho. Não foi um mês terrível, foi só estranho. Algures em Outubro soube que tinha na barriga um embrião sem vida. Não foi nada que me tivesse deixado mal, por muito contente que estivesse sabia que as probabilidades de não correr bem eram altas e (ok, posso ser uma pessoa fria) mas não senti que perdi nada (falamos de um embrião com cerca de 7 semanas), só adiei o bebé que queríamos. A coisa mais chata foi mesmo a recuperação física (e mesmo assim... nada do outro mundo) e a espera. Passaram as (boas) festas, chegou o ano novo, voltamos a Londres, conhecemos Berlim, comemoramos o segundo ano de casamento e descobrimos o rapazito inquieto que mora na minha barriga.

Estou a cerca de 15 semanas do final da gravidez (já!?). O tempo voa e eu mal dou por ele. Acabaram as aulas, o meu explicando passou de ano (feliz ou infelizmente, eu reconheço nisto mais mérito em mim que nele), o outro já fez os exames e o T. já não tem aulas. Ter um marido trabalhador-estudante é uma tarefa complicada, é quase como tê-lo a trabalhar fora de casa durante a semana, com a vantagem que me faz companhia a dormir e a desvantagem que há muitos fins-de-semana passados a trabalhar. Por isso, sempre que acaba um semestre eu quero sempre festejar, MUITO! Não me perguntem como será para o ano, com um bebé, logo veremos.

Estou feliz e orgulhosa. Estamos a meio do ano e o balanço é bom. O puto-que-me-tirava-do-sério acabou o 9º ano e tenho agora uma desculpa (a melhor!) para deixar de lhe dar explicações (e com o bom sentimento de missão cumprida!). O meu maridão vai acabar o semestre com um desempenho bom e cheio de motivação para o que ainda está para vir e eu derreto-me de orgulho (quem disse que os 28 era já tarde para começar uma licenciatura?). E, afinal, receber pontapés pode ser maravilhoso.

Estou feliz. Estamos. Não é assim todos os dias. Há dias cansativos, chatos. Há dias em que me pergunto onde raio estou com a cabeça quando me inscrevo em cursos, aceito explicandos, fico mais tempo no escritório, juntos os amigos para jantares, combino ir ter com o T. à faculdade, acordo cedo para o pilates quando... aquilo que queria mesmo era dormir. Há muitos em que não me percebo. Tenho tantas ideias para pôr em prática, tenho esta coisa do blogue meia adormecida, tenho fotografias das férias que mal foram vistas, tenho a casa virada do avesso (a minha casa tem sempre semelhanças com acampamentos ciganos...), tenho cafés prometidos e pendurados durante meses.

Mas hoje estou muito feliz. Percebo porque faço isto tudo. Olho para trás e sei que foi um meio ano bom. Que deu para construir muito, em todas as frentes que jogamos. Que adoro a minha família. A grande e a pequenina que estamos a construir. Que as nossa casa vai ser sempre o meu ninho, que adoro estar lá sozinha, a dois ou tê-la cheia de gente. Que a gata, por mais avariada que seja, só podia ser nossa. Que estão a chegar dias de bonança, com sol e nas férias o botão de preocupações será merecidamente desligado.

Depois, em Outubro tudo leva uma nova reviravolta. Que bom.
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