segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O Espirito do Natal e o que quero fazer lá por casa.

O Natal para mim foi e é mágico. Tão mágico que não consigo explicar. O Natal é fazer a árvore de Natal, é a preparação das festas, é a casa cheia de gente, a aletria quente, a casa dos meus pais cheia de decorações horrorosamente amorosas, as músicas, as ruas, o cheiro, o ambiente e sim, também são os presentes.

Lembro-me de um Natal em que recebi o Nenuco que tanto pedi. Devia ter uns quatro anos e é uma das minhas memórias mais antigas. É o único Nenuco que tive, foi um presente pedido e sonhado meses a fio. Na altura, sem internet ou excesso de informação, chegou a casa dos meus avós um pai Natal vestido de pijama cor-de-rosa, óculos de sol e uma barba de algodão. Perguntaram-me se o conhecia! Claro que conhecia... Era o Pai Natal!  Deixou presentes para toda a família e uma caixa grande para mim. Lembro-me de andar a entregar apressadamente as caixas a toda a família, até que chegou a minha vez e as fotografias guardam muito bem a minha felicidade. Sei ainda hoje as cores, as roupas e tudo o que veio com aquele boneco. 

Um ou dois anos depois pedi uma bicicleta no Natal. Nessa altura lá em casa só havia uma televisão pequenina a preto e branco, com sintonia manual. Os meus pais queriam comprar uma televisão nova "com comando e a cores", e eu também queria uma televisão. O meu pai disse-me "só podemos comprar uma das coisas, a bicicleta ou a televisão, tens que escolher"!. Recordo-me de perceber que a minha mãe não concordava muito com a imposição do dilema e lembro-me perfeitamente de estar fora daquele contexto a pensar no assunto, afinal... eu queria muito uma bicicleta com rodinhas e queria muito ver bonecos coloridos! No fim... optei pela televisão porque "assim era uma prenda para todos". Devo ter dado a resposta certa, porque nesse Natal, houve televisão nova lá em casa e bicicleta com rodinhas e um cestinho. Não me lembro como foi quando percebi que iria receber a bicicleta...

Depois... chegou a descoberta de que o pai Natal não existe. "Pai, o Sr. José disse que o pai Natal não existe, mas é mentira não é?"... "É verdade. O Pai Natal não existe! É o padrinho que se veste de Pai Natal!". Lembro-me que fiquei triste. Não sei se por ser cedo de mais, se por querer mesmo continuar a acreditar. Mas nunca foi uma tristeza do estilo "sinto-me enganada!" foi só um botãozinho qualquer do "oh, afinal não existe esta figura tão gira!". Desde aí, sempre tentei promover o segredo do Pai Natal e mantê-lo vivo dentro do possível.

Problema... com a evolução do tempo o Pai Natal inevitavelmente acabou por se tornar num monte de presentes. Parece-me ter deixado de ser o senhor querido e mágico para ser o tipo meio assustador, com um fato duvidoso, em quem tropeçamos a cada esquina (literalmente). Mais do que isso, vivemos num absurdo excesso de coisas que nos tira a expectativa e a preciosidade de cada. Adeus Magia... Claramente não é o Natal que tenho tido (e que sobre o qual nunca tinha pensado muito...) que eu quero para o Duarte e nos últimos tempos parei para pensar nesta nossa definição do Natal. Juntei uma série de coisas boas (tradições!?)  que quero ter e manter/criar lá por casa.

Decoração - O Natal começa com a Preparação da Casa. Fazer a árvore e preparar tudo em família. Bónus se houver músicas de Natal e chapéus de rena.

O Advento - Preparar um calendário do advento com tarefas (Fazer biscoitos, ver filmes de Natal, ligar a alguém, ver as decorações de Natal da rua, carta ao Pai Natal, bolachas de gengibre, ir a uma missa...). Este ano ainda não faz sentido a rigidez do calendário, mas para o ano quero adicionar. Gostava de fazer como a Maria e incluir na abertura da tarefa do dia um momento de família: pensar no melhor desse dia, falar dele e só depois abrir a surpresa do advento.

Pai Natal - O senhor de vermelho não é a figura central do Natal nem pode ser. O Natal é a celebração do nascimento de Jesus e, sobretudo, a festa da família. Por isso o Pai Natal vai oferecer UM presente. O presente que vai aparecer na árvore na manhã de 25. Se o Pai Natal aparecer noutras situações vai só estar lá para nos ajudar a distribuir... o senhor parece ter tempo livre e vários sósias. Deixaremos leite e bolinhos para beber quando lá for a casa. :)

Presentes - Eu gosto MUITO de dar e receber presentes. Por isso isto vai continuar. Roupa, Livros, Brinquedos. Sim, na medida em que são bons e precisos. Vou tentar oferecer também experiências, coisas especiais e envolver todos nesses momentos. Não vou embrulhar o que compro para mim. Não faz sentido e só acrescenta caos. Quero envolver todos na escolha do presente certo. O Duarte poderá abrir os presentes que as pessoas lhe dão quando as receber porque, expecto a prenda do Pai Natal, todos serão oferecidos pelas pessoas.

Postais - Enviar postais de Natal. Infelizmente (e com a greve dos correios nos próximos dias). Este Natal não enviarei a maior parte deles por CTT mas quero recuperar isto no próximo ano. E já agora arranjar um local onde comprar postais giros que não custem um balúrdio.

Ajudar - Pela primeira na vida organizei uma campanha solidária.  E se é verdade que não é só no Natal que as instituições precisam de ajuda, não tenho a menor dúvida que é no Natal que aquelas crianças precisam "de mais qualquer coisa". Conseguimos oferecer presentes a 11 meninos, uma mala cheia de alimentos e uma pequena quantia em dinheiro. E tenho a certeza absoluta que fizemos a diferença para aqueles miúdos este Natal.

Histórias - Ler histórias de Natal. Ver e rever filmes de Natal. Criar toda a expectativa do dia. Adaptados à idade. No passado fim de semana vimos episódios do Pocoyo de Natal e decoramos envelopes com carimbos. :)

Mesa Cheia - Estão cá os nossos emigrantes, e se há coisa que eu gosto é de estar numa mesa cheia de gente! :) Com bacalhau, rabanadas douradas ou pão com manteiga :) há tempo para pequenos-almoços, almoços e jantares de Natal, que o que importa é estarmos com todos.

O dia 26 - O dia 24 e o 25 são a loucura. Entre preparativos, visitas de última hora e "estar" com todas as pessoas, estes dias são uma correria boa. Quero começar a tirar o dia 26 de férias, para ficar por casa, descansar do caos e aproveitar os brinquedos. 

E o mais importante... aproveitar cada bocadinho de uma das alturas mais bonitas do ano. 

Feliz Natal! 




 

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dois anos de ti

Dois anos de ti
Querido Duarte,

Meu pequeno rapazinho! Há dois anos que cá estás. Uau! Dois anos em que te acompanhamos, em que aprendemos a ouvir-nos e a ouvir-te, em que continuamente nos deliciamos.
Estás todos os dias menos bebé, mais rapaz. Tens vontades, ideias e  gostos. O tempo voa, como o cliché dita, mas não há como fugir dele. És sorridente, traquina, feliz. Deliras com animais, com motores e rodas, com botões e coisas eletrónicas, com "a rua" e com bolas! Começas a aprender a lidar com os impulsos e a frustração e o desafio destas lições é para todos nós. Eras um comilão adorável e agora decidiste que não queres sopa e que não gostas de algumas coisas. Estás muito mais desconfiado com a comida mas a fruta continua a ser uma verdadeira paixão.  Deixaste de gostar de piscinas onde não sintas o chão. Bates palmas sempre que estás feliz e danças de uma maneira tonta que derrete toda a gente. Depois de te ambientares és extraordinariamente simpático. Adoras dormir com companhia e acabas sempre a saltar cedinho para a nossa cama.
Não falas. Não falas mas expressas-te lindamente. Mesmo assim, o facto de isto estar "atrasado" deixa-me doida, confesso. Às vezes preciso de parar, olhar para ti, e ouvir o meu instinto dizer-me que estás bem, que estás a aprender coisas novas todos os dias e que daqui a nada desbloqueias a fala. Estou mortinha para poder "reclamar" de tanto que dizes. O pai continua a dizer que estás ótimo.

Este Outubro, fomos passear os três. Andaste de avião e portas-te lindamente. Fizemos uma espécie de road trip e adoraste. És um grande companheiro e foi muito bom termos finalmente as nossas férias merecidas. Prometo que tentaremos repetir todos os anos. Prometo mostrar-te coisas novas e bonitas. Prometo continuar a ser uma mãe ranhosa que luta sempre para te passar um tablet ou um telemóvel para a mão. Aposto que um dia me vais compreender.

Tens tudo de meigo e traquina. Tens um ar de rapazinho muito feliz. És tão querido, tão bonito e tão nosso que paro (paramos) muitas vezes a contemplar-te. Morremos de saudades quando estamos longe e acabamos por falar em ti nessas ausências. Somos uns pais chatos, babados e orgulhosos. Que o tempo voe, seja bem vivido e a nostalgia por todos os momentos bons continue.

Amo-te.
Mãe

Bolo número 4 de aniversário do Duarte.  Sim, é um bolo feio do qual eu muito me orgulho! :)

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

7 coisas sobre viajar com bebés de avião

7 coisas sobre viajar com bebés de avião


No início do mês fomos passar uns dias à Bélgica. Uma espécie de mini-férias e o aproveitar dos últimos dias do Duarte com menos de 2 anos (e consequentemente com um preço de viagem mais simpático). Correu tudo muito bem. Sei que o Duarte nunca se irá lembrar destes dias, mas nós vamos e acredito que há sempre um bichinho que fica destas experiências boas. Descobri uma série de coisas sobre viajar com bebé que... podem dar jeito. :) 
  •  Custo: o bebé viaja no colo (até aos 24 meses) e consequentemente não paga bilhete. As companhias podem comprar uma taxa (a Ryanair cobra 20€ por viagem) mas o preço é sempre baixo.
  • Documentação: o normal... Cartão de Cidadão (viagem na UE) e Cartão de Embarque. Isto porque viajou com os pais. Não sei como funcionaria em caso de ir com outras pessoas ou apenas com um de nós. 
  • Bagagem: É possível transportar até dois módulos grandes (carrinho, cadeira do carro, cadeira da papa...) sem qualquer custo extra. Na Ryanair podemos ainda levar uma bagagem de 5kgs para o bebé, mas não percebi se é regra ou política da companhia. Os itens grandes viajam como bagagem de porão (para o qual deve ser feito check-in no balcão) mas o carro só é entregue na porta do avião. À saída do avião, o carro está "à espera". Esta vantagem não é exclusiva de crianças até aos dois anos, mas não sei qual a idade limite.
O que levamos connosco numa viagem de 5 dias no inverno: duas mochilas (é ótimo ter as mãos livres!), casacos, o carrinho bengala, e uma mala pequena com as coisas dele para a viagem (a tal até 5Kgs). Tinha a comida, fraldas, água e toda uma panóplia de brinquedos e livros. 
  • Mobilidade: Se o Duarte fosse mais pequenino não exitava em levar a mochila ergonómica. Como com 90cm e 14Kgs de gente o transporte agarradinho a mim já não é assim tão simples, optamos por levar o carrinho. Decidimos comprar um carrinho bengala para esta viagem, como iria no porão e seria potencialmente mal tratado não quis arriscar em enviar o carrinho do trio. Foi uma boa opção e vai passar a ser o carro "trator". :) 
  • Alimentação e Líquidos: É possível entrar com líquidos para o bebé (papas, boiões, leite, água, iogurtes...) sem restrições de capacidade da embalagem. Não li sobre a quantidade total máxima mas acredito que reine o bom senso... Não é suposto levar comida para TODOS os dias de estadia fora!! Pelo que o segurança do Aeroporto do Porto me explicou, este é um benefício dado para viagens com crianças até aos 8 anos. Não encontrei esta informação escrita.
  • Embarque: Aqui foi a parte "complicada". Na viagem do Porto para Bruxelas, o Duarte adormeceu no carrinho enquanto esperávamos que as portas abrissem. Mesmo assim, a hospedeira de bordo, incrivelmente querida, avisou-nos que teríamos prioridade no embarque se o pretendêssemos ou, caso não quiséssemos esperar ao frio com ele, nos avisava para irmos só no final. No regresso... com o Duarte aborrecido, depois de muito tempo na fila para a porta de embarque abrir, decidi perguntar se tínhamos prioridade no embarque, uma vez que simplificaria muito poder senta-lo e ir brincando com ele enquanto aguardávamos já no lugar. A resposta que obtive da companhia foi "pagou pela prioridade? não pagou, não tem". Assim, fico sem perceber se a prioridade que tivemos no Porto foi por questões legais ou por puro bom senso. Não é política da Ryanair. A Easyjet, por exemplo, anuncia que dá prioridade a famílias com bebés (depois da prioridade das pessoas que pagaram por ela, o que me parece justo)
  • Desconforto na viagem: Estávamos com algum receio. Pressão nas orelhas, muito tempo sentado, trocar fraldas, adormecer o rapaz, convencê-lo a estar com cinto... Humpf! Foi muito mais simples do que podíamos prever. Na viagem de ida, adormeceu ainda antes de embarcarmos, e só acordou a meio da viagem. Foi fácil entretê-lo com o lanche, jogos e livros que levamos. Quando começou a ficar aborrecido (e a tentar brincar com o cabelo da senhora da frente...) fomos dar uma voltinha no corredor. Troquei a fralda na casa de banho do avião e foi um bocadinho acrobático. O Duarte já é gigante para aquele espaço e estava deliciado a tirar toalhitas das mãos. Assim... enquanto o convencia a estar parado, apoiava o cotovelo na saída das toalhitas para impedir a brincadeira e o segurava para tocar o mínimo no wc (esqueci-me de levar base para trocar...), ainda trocava a fralda. Yeah, mãe-acrobata! Depois do passeio, voltamos para o lugar, o rapaz estava fascinado com a aterragem. No regresso, foi ainda mais simples. Vimos o avião levantar e depois... adormecemos os 3. Nesta fase valeu-me a mama para tornar tudo ainda mais simples. Dormiu durante toda a viagem. A mama era também o meu plano para potenciais problemas nos ouvidos durante o voo e por isso levei roupa que simplificava a amamentação (o lugar da pessoa com o bebé é, na Ryanair, forçosamente à janela, o que simplifica também este momento).
De uma forma geral foi mais simples e muito melhor do que a minha perspetiva mais optimista. Venham as próximas :)


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Cheguei.

Cheguei das férias. Um Outubro cheio, um coração já repleto de saudades dos momentos bons, e uma cabeça finalmente pronta para trabalhar em cheio. Chego, quase em Novembro, com um sem fim de ideias a nascer, com uma vontade enorme de arregaçar as mangas, com energia de recomeço.
Outubro foi o mês do aniversário do Duarte, o mês da primeira viagem de avião dele, o tempo para ouvir o silêncio e a calma no Alentejo. Outubro foi o mês da entrega do projeto de estagio do Tó, o mês do tempo para nós, o mês de que tanto precisávamos.
Há vários coisa sobre as quais me apetece escrever. Viajar com crianças, uma carta para o Duarte de dois anos. A minha vontade de voltar a estudar. e podia continuar. Venham o tempo, que as ideias e força já cá estão.  

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Preciso de férias.

Há mais de um ano que não tenho uma semana de férias. Achei que não precisava, que não fazia mal, que podia perfeitamente aguentar-me com uns dias aqui e acolá e que podia esperar calmamente pela entregue da tese do Tó para depois calmamente tirar férias.

Sim, enganei-me.

Há quase dois anos que não durmo uma noite seguida. A altura é péssima para férias no trabalho agora que, todos frescos das férias, estão cheeeeiiionhos de ideias e coisas para fazer. E... se calhar isto é que significa chegar à casa dos 30. Na verdade estou a dar o tilt.

A minha cabeça está pelas ruas da amargura. Eu, que me lembro sempre de tudo, esqueço-me de coisas que fiz de manhã. O meu querido raciocínio rápido, parece uma tartaruga doente. Por vezes preciso que voltem a repetir coisas porque nem sinto consigo processar o que me dizem. E o multitasking já está em coma há meses. Faço muito mais asneiras por distração do que as que me estão inscritas no ADN. Ou então faço todas as que lá estão porque não as consigo contrariar. E têm sido bastantes. Estou mais irritada, mais ofendida. Irrito-me porque quando cheguei a um espaço público onde já estavam 5 pessoas e disse "Bom dia!", ninguém respondeu. Irrito-me porque há gente alucinada que imagina os transportes públicos portugueses como aquilo que viu num filme indiano e decidir expor ideias estúpidas. Irrito-me porque as autárquicas parecem um circo e nem sei em quem votar no Domingo. Irrita-me ouvir pessoas a dizer "eu não vou votar, também ninguém vota em mim" (a sério?). Irrito-me porque demoro 3h a fazer o que normalmente faria em 1h e os dias não podem ser desaproveitados assim. Irrito-me porque não tenho vontade de ir ao ginásio. Irrito-me porque o meu corpo me pede para ir ao ginásio e eu não ouço. Irrito-me porque só quero comer porcarias. Irrito-me por estar irritada e porque eu não sou assim.
Esta post não serve absoultamente para nada a não ser para me lembrar a mim mesma que... preciso de parar e que nunca mais poderei ter esta brilhante ideia de achar que não preciso de férias. Preciso. De-ses-pe-ra-da-men-te. Preciso de uma semana sem pensar em nada. Preciso mesmo. E espero que ela esteja a chegar.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Ainda da sustentabilidade

Penso muitas vezes no legado que estamos a deixar aos nossos filhos. Não sei se por causa do Duarte ter nascido ou uma consequência natural do que acontece. Assusta-me a enormidade de espécies extintas ou criticamente em perigo, o número crescente de problemas de saúde associados ao nosso estilo de vida, o clima estranho que estamos a ajudar a provocar.

A verdade é que, passando da teoria à prática, nem sempre consigo integrar rotinas sustentáveis no caos do dia-a-dia. Aparentemente, dado o meu estilo de vida, a partir do dia 26 de Abril já estou a usar créditos de planeta. Se toda a gente vivesse como eu/nós... seriam necessários 3 planetas!
Estive a pensar no que estamos a fazer bem e onde há espaço para melhorar.
Lá por casa as compras estão a tornar-se mais conscientes. Dentro do razoável, temos tentado comprar com qualidade, o que é substituído, se estiver em condições é sempre reaproveitado (guardado, dado, vendido, emprestado, arranjado...). A casa tem um bom isolamento e tenho reparado que quase metade da nossa energia vem de fontes renováveis (está descrito na fatura, zero mérito nosso). Tenho tentado estar atenta à origem dos produtos e temos comprado menos. Tenho feito iogurtes em casa, evitado comprar pacotes de bolachas que vêm com mini pacotinhos e até feito pão em casa. Voltamos aos transportes públicos do dia-a-dia e sempre que possível andamos a pé.
Há obviamente coisas que não faz sentido mudar. Não posso deixar de usar o carro alguns km por dia, não quero deixar de comprar livros ou deixar de tornar a minha casa mais bonita (mesmo que isso implique mais coisas). Não vou deixar de comprar t-shirts baratas de origem duvidosa para o meu filho que suja roupa a velocidades super-sónicas. Há muito mais para fazer... Assim de repente, lembro-me de 4!
  • Temos sido incrivelmente preguiçosos com a reciclagem. Fazemos alguma reciclagem, mas os recipientes para reciclar estão pouco "à mão". Não faz sentido, é preciso arranjar uma forma de simplificar o processo.
  • Tenho a sorte de ter uma mãe (e não só) que tem fruta, legumes, carne, ovos de produção própria. Muitas vezes, por pura desorganização compro produtos frescos embalados em vez de usar os da casa. 
  • Lá em casa além de um frigorífico combinado temos uma arca-congeladora. O problema é que a arca está nos arrumos e fruto de muitos meses de horários alucinados, é frequente não nos lembrarmos de usar as coisas que lá temos (ao ponto de estragar comida). Temos que arranjar forma de ter o conteúdo congelado mais "à mão". 
  • Com as eleições à porta seria interessante espreitar se a sustentabilidade nas cidades faz parte de algum dos planos eleitorais. Se bem que nem tenha muito bem a noção do que há a melhorar a um custo "praticável" para as minhas bandas gostava de perceber...
É só uma agulha pequenina. Mas é preciso começar. :) 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Da conversa do créditos ou... é só fazer as contas.

Estou a ser atendida nos correios. Enquanto espero por ser atendida, pego num panfleto sobre Certificados do Tesouro. A funcionária (eficiente e delicadamente) pergunta se quero mais informação sobre os certificados e se quero fazer uma simulação com as atuais taxas de juro. Enquanto mexo na carteira à procura do cartão do cidadão, deixo em cima do balcão o meu cartão de débito da conta CTT. A funcionário do lado decide intervir:

Funcionária Que Não Tinha Nada A Ver Com O Assunto: Ah! É cliente do nosso banco!
Eu: Sim, sou.
FQNTNAVCOA: Ah! Então tenho aqui a oportunidade perfeita para si! Devia aproveitar esta nossa promoção para comprar um telemóvel. 
<Enquanto isto, passa-me um panfleto com um telemóvel em promoção>
Eu: Obrigada, já tenho telemóvel
FQNTNAVCOA: Ah! Mas pode ser para um familiar!
<A sério que a senhora disse isto? Olho para o raio do papel. O telemóvel tinha um preço teórico de 350€ e um novo preço assinalado de 300€. O panfleto destacava mensalidades de 30€. >
Eu: Obrigada, não compro telemóveis a crédito
FQNTNAVCOA: Ah! Mas não paga juros nenhuns!
Eu: A sério que não? E comissões de entrada?
FQNTNAVCOA: São só 12€ extra no primeiro mês!
<Neste momento passou-me tanta coisa pela cabeça... Vários implicavam um sermão à senhora que não tem culpa, eu sei. Nenhum deles... iria mudar nada daquela palhaçada>
Eu: Não compro telemóveis a crédito. Não estou interessada.
FQNTNAVCOA: Pronto, desculpe interromper, mas como vi que era nossa cliente podia querer aproveitar a oportunidade...
Saí dali a pensar no assunto. Surpreende-me que esta conversa ainda funcione com alguém. Não consigo conceber sequer a ideia de comprar a crédito alguma coisa que não seja uma casa ou um carro. Quanto mais um telemóvel. Pior. Uma coisa pela qual provavelmente a pessoa não precisava e custava "só" 300€. E pela qual não pesquisou, não comparou preços, não viu o mercado. A sério que isto funciona? 
 
Que ninguém se esqueça: os bancos não dão nada a ninguém. Os 12€ de abertura de conta significam juros de 4% pagos a 10meses. Desafio quem no momento me conseguir uma conta poupança com esta taxa de retorno.

Mais... se fizermos um bocadinho melhor as contas...

Nenhum banco nos dá os juros no primeiro mês (as comissões de abertura acontecem sempre à entrada). Teremos que ter o nosso dinheiro parado durante algum tempo para vermos esse retorno. Supondo que o juro é pago anualmente, e que ao final de um ano queríamos ir buscar 12€ ao depositar 300€. O imposto sobre os juros, logo à partida é de 28%. Ou seja... para ganharmos 12€ ao final de um ano, teríamos que ter juro que pagassem ao final de um ano 16.67€, o que significa uma taxa de juro de cerca de 5.56%. 

Atualmente os Certificados do Tesouro dos CTT pagam 1.25% ao final do primeiro ano.  Contas feitas... teríamos que depositar 1333.6€ para, ao final do ano, o banco nos pagasse 12€ líquidos por lhe termos emprestado esse dinheiro.

Há mesmo quem ache que existem compras "sem juros"? 

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Escrever para não esquecer


Quando nos deitávamos, de janelas abertas para refrescar, ouvíamos os grilos a cantar. De manhã acordava sempre a ouvir os galos a dar os bons dias. O Duarte adormeceu sempre bem, dormiu sempre bem, acordou sempre com um sorriso. "Apesar" de todos os barulhos.

Nos primeiros dias fizemos sestas a três. Nem sabíamos a falta que nos fazia dormir sem horas e relógios. Ao terceiro dia, o descanso já era tanto que acordei com vontade de ir correr enquanto o resto da casa ainda acordava. Fui. Consegui correr 5Km em estrada, pela primeira vez. E ainda lhes juntei uns 3 na caminhada no regresso. 

Acabei de ler 4 livros. Não romances, livros práticos. É verdade que são fáceis e rápidos de ler, mas não deixam de requerer tempo. 

Apanhamos amoras, peras e figos. O Duarte encontrou um sapo, um gafanhoto, e um escaravelho. Delirou com os tratores. Viu alguns desenhos, mas passou a maior parte do tempo longe deles. 

Ia mentalizada para durante quatro dias baixar a guarda e ceder quanto às regras da alimentação. Afinal os avós não conseguem ver o rapaz chorar e ele já sabe aproveitar esse luxo. Não foi preciso muito. Dando-lhe espaço para explorar não há nada que o deixe triste (só deixa os adultos estafados!). Andou muitas vezes molhado, meio nu, quase sempre sujo. Tomou banhos infinitos para logo a seguir se voltar a sujar. Esteve sempre tão feliz. Cedi algumas vezes quanto aos doces. Deixei que lhe oferecessem croissant, bolo e gelado. Numa das vezes abriu o croissant e retirou o queijo. Noutra negou bolo e gelado a favor da melancia. Gostou muito do gelado que era à base de iogurte e fruta (mesmo que carregadinho de outras porcarias extra). Acredito que estamos a fazer um bom trabalho. 

Se o chatearmos muito ele vai soltando palavras. Ouvimos um "não", um "sim", e estou capaz de jurar que ouvi um "Mickey" também. 

Voltamos. Ainda não tinha saudades de casa (e eu que adoro a nossa casa). Preguiça, Praia, Parque. Nunca deixo de me deliciar com o privilégio de ter a praia já ali. E com a sorte de no caminho sempre encontrar um amigo. Fiz doce de pera, gelado e tomate seco. 

Hoje volto ao trabalho. Foram 5 dias incrivelmente bons. Regresso bem dormida, com muitas de ideias e de coração cheio.  

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Quase pronto

"Saltas para fora do avião quando eu contar até 5. Pronto?" diz-te o instrutor de paraquedismo, enquanto tu aguardas nervosamente pelo primeiro salto, inclinado num pequeno avião Cessna a cerca de 10 000 pés de altitude. Tu vibras com a adrenalina. E simultaneamente tremes de medo.
"Ok", dizes tu pouco convictamente. "Estou pronto."
O instrutor abre a porta do avião. O ar dispara pela porta aberta e o avião agita-se ligeiramente no ar. O medo torna-se pânico, como se cada célula do teu corpo - tudo o que a Evolução te ensinou - dissesse para não saltares por uma porta aberta de um avião.
"1,2,3..."
Quando o instrutor conta o 4 dispara a arma da partida. Tu pensas que tens mais um precioso segundo para mudar de ideias. Mas ele já te empurrou para fora do avião. E tu vais. Assim, não houve tempo para mudares de ideias no último instante.
Apesar de eu nunca ter feito paraquedismo, disseram-me que esta era uma técnica frequentemente utilizada com pessoas que experimentam pela primeira vez e, por vezes, têm ataques de pânico no último minuto.
Isto lembrou-me de uma conversa com um amigo que aconteceu num bonito dia de Verão há alguns anos em Berlim.
Eu perguntei-lhe se ele se sentia preparado para ter filhos quando o filho dele nasceu. Ele respondeu "Não estava preparado para ter filhos. Mas nós estávamos quase preparados para ter filhos. Quase preparados. Tu nunca te vais sentir completamente preparado."
Isto é verdade para tantas coisas, não é?
Não comeces uma empresa quando te sentires preparado para isso, porque tu nunca te sentirás preparado. Começa a tua própria empresa quando te sentires quase preparado.
Não cases com o teu namorado ou namorada quando te sentires preparado para isso, porque tu nunca terás absoluta certeza que tudo será feito. Casa-te quando te sentires preparado - quando tiveres quase certeza que é A pessoa certa.
Não aceites o trabalho para o qual te sentes totalmente preparado. Desafia-te. Estimula-te. Aceita o trabalho para o qual estás quase preparado.
"Quase preparado" é semelhante à "Regra do 80%" para persuasão. Ronald Reagan defendeu que não é preciso que alguém concorde 100% contigo para estar "contigo" - só precisas que a pessoa esteja do teu lado em 80% das questões. Isto é geralmente suficiente para conseguir o seu apoio.
A Regra do 80% aplicada a nós mesmos significaria que nós não precisamos de estar 100% certos de uma decisão para que esta seja a decisão certa.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Estão esgotados os recursos naturais do planeta para 2017

Dizem as estatisticas que hoje, 2 de agosto, estão esgotados os recursos naturais do planeta para 2017 (isto é, o limite do uso sustentável). Há quase 50 anos que gastamos mais planeta do que devemos e este dia "limite" tem chagado cada vez mais cedo. Se dependesse apenas de Portugal, este dia chegaria ainda mais cedo.

A proposta da Zero aposta numa economia circular, com aposta na reutilização e redução (ter menos mas de melhor qualidade), na redução do consumo de proteína animal e na promoção da mobilidade sustentável. Fiquei a pensar no que posso estar afazer mal e bem.

Lá por casa já usamos transportes públicos na grande maior parte do ano, andamos maioritariamente a pé ao fim de semana e fazemos alguma reciclagem. No entanto... isto é menos que uma migalha para o longo caminho que há a percorrer! Faltam 5 meses para o final do ano, quero introduzir 5 pequenas outras migalhas, uma por mês:
  • Agosto: sou um desastre com os banhos... Água muito quente, muito tempo no chuveiro. É um valente desperdício... O objetivo é encurtar os banhos e aproveitar o calor para me habituar a água menos quente. Além das vantagens para o ambiente, a minha pele e cabelo ainda agradecem.
  • Setembro: Vender, dar, deitar fora, arrumar, organizar. Este é um trabalho em progresso. Preciso de me livrar de tralha. Todas semanas arrumamos um bocadinho. Já há muitas coisas com destino definido, outras tanto vão a caminho.
  • Outubro: Trocar todas as lâmpadas por lampadas led. A maior parte deste trabalho está, na verdade, feito.
  • Novembro: Garantir uma refeição vegatariana por semana. Excluir a proteína animal uma refeição por semana é simples (e uma coisa que na verdade já fazemos algumas vezes).
  • Dezembro: Comprar e cozinhar com consciência. O mês do Natal é sempre um mês cheio de desperdicio (e eu adoro o Natal). Tenho que me esforçar para que todas as compras sejam feitas com mais consciencia. Qualidade sobre quantidade. Oferecer menos "coisas" e mais experiências.
Estes são, claramente, passinhos de pardal. Mas são realistas e um pequeno investimento para manutenção da nossa qualidade de vida e do planeta que deixamos de herança. Alguém se junta?

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Inquietudes

Às vezes só queria que o tempo passa-se mais devagar, que o dia tivesse mais horas, ou.. sei lá! 

Tenho conseguido organizar-me razoavelmente bem. Parece-me. Mas não deixo de sentir que ando sempre numa corrida contra o tempo. Levanto-me sempre atrasada, saio sempre mais tarde para o ginásio do que gostaria, o trabalho rende menos do que prevejo (ou estarei a fazer mal as estimativas de tempo?), vou embora mais tarde do que o suposto, estou menos tempo com o Duarte do que quero, consigo fazer menos em casa do que pensei durante o dia, adormeço sempre incrivelmente cansada.

Estou a precisar de parar e organizar. Não sei se são as espectativas que estão erradas, se as ideias que são excessivas, ou outra coisa qualquer.

As férias grandes parecem um objetivo demasiado distante.

O Duarte... o Duarte, o Duarte! Está cada dia mais engraçado mas, raio do rapaz, não fala. E, por muito que possa ser normal, que cada criança tenha o seu ritmo, que eu até tenha prometido a mim mesma dar-lhe sempre o tempo dele depois dos stresses desnecessários com a evolução inicial de peso, é impossível não ficar, um bocadinho que seja, preocupada. Ele expressa-se lindamente, há vários motivos que possam atrasar a fala mas... Nasceu com ele esta minha capacidade de estar preocupada com ele. Inevitável.

Comprei um montes de livros "práticos" que quero ler, tenho tantas ideias para por em prática, o dia voa, o fim de semana corre. Nada Hygge esta minha forma de estar! :)

E um botão para Reset, há?

quarta-feira, 5 de julho de 2017

A escola que temos

Por fim, há um problema que atravessa todas as disciplinas e que se prende com os métodos de ensino. Já li bastantes artigos sobre isto, não estou a inventar a pólvora, mas a verdade é que estamos a ensinar os miúdos em 2017 com métodos do século XIX. E se no nosso tempo a coisa já era uma seca, imagine-se agora, com putos que cresceram com mil canais de televisão e internet nos computadores e vivem com um telefone permanentemente nas mãos. É muito mais difícil captar a sua atenção e motivá-los. Por outro lado, sinto muitas vezes que não estamos a preparar estes miúdos para o futuro. Fazêmo-los decorar coisas e mais coisas mas não os ensinamos a ver o mundo. Estamos a dar-lhes uma série de conhecimentos obsoletos e banais, a fazê-los decorar coisas de que, na realidade, eles não vão precisar nunca mais (assim como assim está tudo no google), em vez de lhes darmos verdadeiras competências para o mundo real.
(...)
Finalmente, e esse é o último elemento que entra nesta equação: para que é que isto tudo serve? Quando era miúda, ouvi muitas vezes o discurso do tens de estudar para ser alguém. Ou, pelo menos, para ser aquilo que eu sonhava ser. Acreditava-se que os estudos abriam portas, portas que estavam vedadas a quem não trabalhasse o suficiente na escola e que nos iriam conduzir a uma vida melhor. Hoje em dia, apesar de eu ainda acreditar que estudar abre mesmo muitas portas - na cabeça e nas vidas das pessoas - é muito mais difícil conseguir convencer os miúdos disto. Todos os dias eles têm exemplos de pessoas que não estudaram nada e conseguiram ter sucesso (na televisão, na internet, no desporto...) , e também vão encontrando pessoas que estudaram mesmo muito e com resultados excelentes e não conseguiram fazer grande coisa da sua vida. Assim fica mais difícil a tarefa de uma mãe.

Ando a digerir este texto da Gata há alguns dias. O tema "educação" é mais um dos que me tornei sensível depois do Duarte. E por longe que ainda estejam estes tempos para "o meu", tenho sempre uma grande angústia ao pensar no que estamos a fazer às nossas crianças. 

Olho para o ensino e parece-me estar tudo errado. Da-mos péssimas condições de trabalho aos professores, enfiamos 30 crianças numa sala e trocamos os professores anualmente (como se espera que conheçam os miúdos assim?). Acrescento ainda que, pelo que me parece, temos cada vez mais professores que escolhem a profissão porque "é o que sobra". Sem qualquer gosto ou vocação. E esta maravilhosa ideia dos centros escolares. Pré-primária e primária juntas, centenas de crianças pequeninas na mesma escola. Adeus conceito "familiar". 

Conheço dois casos muito próximos em que vejo as injustiças do modelo de ensino. Um miúdo com uma boa cultura geral, inteligente e interessado mas com graves problemas de auto-confiança acaba o ano com uma catrefada de 3 na pauta e até uma negativa. O outro, um grande vendedor de banha da cobra, mentiroso, cheio de atalhos, consegue decorar muito mas não compreende nada, sabe vender-se lindamente. Resultou em muitos 4. "Exemplar". Não consigo explicar a agonia que isto me provoca. É claro que acredito que a longo prazo seja o primeiro miúdo que vá ter mais sucesso. Preciso de acreditar nisso mas... parece tudo muito trocado.

Gostei tanto de andar na escola, gostava tanto de saber transmitir este gosto para o Duarte. Gostava que ele percebesse que a matemática não é difícil, os números encaixam todos, dançam tão bem. Queria que ele compreendesse que a História é importante e que saber os porquês da Ciência não são uma seca sem sentido.  Não sei como se passa tudo isto e tenho mesmo medo de falhar. Resta-me não me esquecer de tentar sempre. .

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Esta coisa da Internet

Disseram-me "tenho saudades de ler novidades tuas", respondi "tenho saudades de escrever". 

Tenho mesmo. Ainda não percebi muito bem a minha posição nesta coisa dos blogues ou da Internet, mas a verdade é que gosto de escrever e gosto de estar por aqui. A "rede" trouxe-me pessoas muito importantes para mim. Trouxe vários amigos, daqueles que até me fizeram comprar um sofá-cama para ter à disposição. Daqueles que, apesar de estarem geograficamente muito perto eu provavelmente não conheceria sem o blogue (olá Martinha, vamos beber uma limonada?) e até um a quem eu decidi dizer sim no altar. Gosto de ver novidades das minhas pessoas e acho que, bem utilizada, é a melhor invenção depois da roda. 

Mas às vezes... às vezes sinto-me cansada da Internet. Das casas imaculadas, das ideias sempre felizes, da cultura do perfeito, do efeito rebanho. Hoje está na moda do minimalismo. Ontem estava o vintage. Amanhã sobre o que será que todos querem falar? Não que não concorde com algumas ideias, concordo. Não que ache que seja suposto estarmos sempre a falar de coisas más, não acho. Nem sequer há vontade para escrever nos dias maus. Mas o que me cansa, é a repetição, o "mais do mesmo", os conceitos para vender. Voltando a isto, tenho mesmo que rever os conteúdos que sigo.

Ai que estou farta da chuva. Ai que não se pode com o calor. Olá Junho! Olá Novembro! Be Sweet! #hashtag #somostodos #englishisthenewblack 

Se calhar sou eu, uma velha do Restelo, facilmente irritável. Ou cansada. Há dias em que admito que não gosto muito de pessoas. 

Onde é que eu ia? No blogue, escrever. As ideias. Este blogue já teve vários propósitos, mas não deixa de ser uma caixa de ideias minha. Tenho que o voltar a encaixar nas minhas rotinas, porque em ajuda a estruturar as ideias e porque, surpreendentemente, até parece que há quem goste de ler às vezes. Vamos lá ver...

quinta-feira, 25 de maio de 2017

E se deixasseemos as crianças serem crianças?

E se deixasseemos as crianças serem crianças?
imagem algures no Pinterest
Ontem conversava com umas amigas (caramba, vejo a nossa "adultez" na quantidade de amigas com filhos que tenho!) sobre programas curriculares. Odeio ouvir falar em planos curriculares, em objectivos, em fichas de acompanhamento quando se trata de crianças tão pequenas. Mais... eu acho que mesmo a escola primária (não gosto de dizer primeiro ciclo ok?) deveria ser levada ainda a brincar.

Não sei até quando conseguirei "proteger" o Duarte desta pressão. Tenho a sorte de o poder deixar com os avós e quero aproveitar esta lotaria ao máximo. O rapaz pode ser índio à vontade, e isso deixa-em tão feliz. Dorme ao ritmo dele, passa muitas horas ao ar livre, e suja-se. Suja-se MUITO. É verdade que se estivesse uma cresce talvez já falasse um pouco mais mas muito provavelmente não saberia apanhar morangos nem gostaria de receber beijos nojentos das cadelas. Acredito que uma criança precisa para ser saudável (física e mentalmente) é muito pouco. Tento fugir das metas. Não quero saber (ou pelo menos se parar para pensar sei que não quero) o que "é suposto ele saber fazer com esta idade". A informação, o contacto, a sociedade, está a tornar-nos tão assustadoramente exigentes!

"Com esta idade, ele já deveria saber falar mais, já devia saber cores, já devia...". Não, não acho que devia. Talvez até eu lhe conseguisse ensinar mas... o que estaria ele a perder? Isto não é uma corrida, não é desta infância que eu me lembro. Confesso-me fascinada pela Pedagogia Waldorf. Adoro a ideia de se respeitar o ritmo, de se ensinar por desafios, por contacto, pela liberdade, pelo mundo. Claro que tudo isto é muito difícil. É preciso professores preparados e vocacionados. É preciso turmas pequenas, escolas com muito espaço. Não acho que seja fácil integrar tudo isto no sistema público e sou totalmente a favor do ensino público.  Não sou fundamentalista e também não tenho a certeza de como funcionaria a integração. Nem sequer tenho uma escola destas a uma distância real.

Não sendo uma realidade para mim (ou muitos de nós), acho cabe  fazermos a nossa parte. Deixa-los ser crianças. Não dramatizar com metas. Deixa-los sujar-se na terra, correr, cair. Leva-los a passear, ao parque, à praia, ao jardim. Viajar, mesmo que perto. Há sempre coisas diferentes para ver. Dar muito tempo para brincar. Conversar, dar tempo de qualidade (mesmo que infelizmente pouco). Dar-lhe liberdade para escolher mas impor regras, limitar gadgets. Deixa-los ser crianças. Para ser adulto há muito tempo...

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Escrever para não esquecer

Escrever para não esquecer

No Sábado tivemos um casamento. A viagem até à bonita igreja durava mais de uma hora e, com a excepção dos noivos, conheciamos oito convidados. Decidimos não levar o Duarte. Do alto dos seus 19 decididos meses que querem muita liberdade e pouco protocolo, achamos que ficava melhor entregue aos avós. Pediram-nos que ficasse lá a dormir com a promessa de que se ele não estivesse bem nos ligavam. Fomos até ao Gerês e podemos ser adultos sem filhos. Claro que falamos nele, claro que pensamos nele, mas foi muito, muito, muito bom conversar sem correr, sem intercalar com o pai, sem avaliar perigos. Ele ficou bem, com toda a atenção do mundo, com toda a liberdade. No Domingo percebemos que depois de se ter molhado andou nu no pátio, tão feliz. Os avós, pareciam crianças no dia de Natal. 

Eu tive mais uma série de certezas absultas deitadas por terra. Antigamente achava que os casamentos eram festas de família, para irmos todos. Não acho que sejam sempre. Achava que iria ser sempre fácil deixar o Duarte em casa dos avós quando precisasse, até porque eu adorava ficar em casa dos meus avós. Não é. Não sendo esta sequer a primeira vez, é difícil. É bom, mas é difícil. Mas se é verdade que eu acredito que é preciso uma aldeia para cuidar de uma criança, tenho que saber dar a criança à aldeia.

Chegamos tarde, podemos dormir até ao meio dia. Não faço ideia de quando foi a última vez que isto tinha acontecido. No final do dia, fomos os três até à praia. Pela primeira vez, o Duarte caminhou na areia. Estava um dia incrivel, sem vento e sem gente. Houve até tempo para passar no parque, foi mesmo bom.

Preciso de escrever para não me esquecer. O bom que é ter tanta gente em quem confiar o Duarte. A felicidade deles. A sensação nova de caminhar na areia. A "aldeia".

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Socorro! Trocaram-me a personalidade!

 Socorro! Trocaram-me a personalidade!
 
Não sei o que se passa nos últimos tempos. Não sei se foi a maternidade, a responsabilidade, ou se afinal isto é que é crescer.

Vejamos.

Quem me conhece sabe que eu adoro coisas, que sou o oposto do minimalismo. Gosto de ter várias opções na hora de escolher a roupa, gosto de ver estantes cheias de livros, gosto de ter CDs e Discos físicos. Junto a isto o facto de ter grandes dificuldades em desfazer-me das coisas. Reconheço valor no vestido que levei ao casamento de uma pessoa especial mesmo que já não me fique lá muito bem. Guardo bilhetes e recordações mesmo que já mal se veja o que lá está escrito. Gosto de ver estantes cheias de livros e de ter livros em todas as divisões. Tenho uma série de materiais que só guardo porque há boas ideias para eles mas que sei que dificilmente os vou conseguir utilizar. Sou saudosista.

O problema é que, algures no tempo, o excesso de coisas começou a incomodar-me. Não me estou a tornar minimalista nem acho que é esse o meu caminho, mas percebo que não vale a pena guardar roupa que nunca me vai ficar bem, ter mais do que um par de calças velhas ou ter 4 consolas de jogos sem temo livre para eles. Então... decidi que ia experimentar colocar algumas coisas à venda no OLX. E porque estas coisas precisam de motivação, todo o dinheiro lucrado seria utilizado na mudança da sala. Já vendi muita tralha e tenho em espera outro tanto. No fim de semana dei uma volta aos armários, ainda há muito que pode sair mas para já despachamos 3 sacas cheias de roupa e calçado para dar, uma série de coisas que vão parar ao OLX e muitos kgs de lixo já está no ecoponto.

Mas há mais!

Eu, sostra de profissão, que sempre adorou ficar no sofá alapada a comer porcarias (yeah, grande imagem...) comentei há uns tempos que acho que o meu corpo andava a pedir para me mexer. Juntei a isto o convite de uma amiga e fui ao ginásio numa das horas de almoço "mas eu só vou experimentar, não sou de ginásio e este é muito caro". Pois, claro que sim. Saí de lá a sentir-me tão bem, voltei no dia seguinte, e mais um. E inscrevi-me. Eu, sostra de profissão, estou inscrita num ginásio e tem-me sabia pela vida.

E depois há o resto... Tenho comido mais fruta, tenho bebido mais água, optei por deixar a pílula (ou outras opções hormonais), continuo a amamentar, preferi um parto num hospital público, não gosto de excesso de redes sociais, vejo pouca televisão, converti-me aos transportes públicos e gosto mesmo de andar a pé... Não fosse a inscrição no ginásio pipi e diria que encarnei numa Hippie e nem reparei.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Se estivessem a fazer a review do vosso filho na amazon... quantas estrelas lhe dariam?

Se estivessem a fazer a review do vosso filho na amazon... quantas estrelas lhe dariam?

A propósito desta thread do Reddit que me fez rir uns bons minutos, aceitei o desafio e respondi à pergunta. :D
   

4/5 O produto está de acordo com as expectativas. É carinhoso, fofinho e amoroso, como descrito. Tem alguns problemas no botão de desligar. Quando começa a perder a bateria não é muito simples recarregar na primeira tentativa. As gargalhadas são fantásticas! Após 17 meses a experimentar o produto posso garantir que vou de certeza voltar a encomendar.

Prós:
- Entrega rápida.
- A apresentação produto real supera largamente a expectativa e as fotografias apresentadas.
- Muito veloz.
- Óptimo para animar os dias maus.
- De uma forma geral a manutenção é simples.
- Excelente Qualidade e robustez. Tem até funções de auto-reparação.

Cons:
- A embalagem no momento da entrega
- Picos de crescimento atípicos. Muito lento e mais tarde extremamente acelerado. Tudo dentro do aceitável pelo manual contudo dificulta o transporte.
- Linguagem verbal pouco perceptível.
- Viciante
- Por vezes parece ter a funcionalidade "audição desligada".
- Não está provado que a função "Sono" possa ter um tempo superior a 5 horas.
- Sem Garantia


sexta-feira, 17 de março de 2017

Domingo é dia do pai and... I'm in love!

Domingo é dia do pai and... I'm in love!

Domingo é dia do pai. Dizia o Tó um dia destes que eu também deveria ter uma prenda no dia do pai. Sorri. Que bom que é ouvir isto. Mas... Nada disso! O dia do pai é para festejarmos o pai que ele é. Por muito que eu concorde que ele é melhor pai comigo como o mãe. E que não tenha dúvidas que sou muito melhor mãe graças a ele! Somos uma equipa do caraças, somos sim! ;)

O dia do pai está a chegar. Eu tenho um dia já mais ou menos delineado. Pequeno-almoço com um pai-avô. Almoço com outro pai-avô. E depois... bem digamos que depois vamos aproveitar os dias bonitos do fim de semana (não vá calhar o dia do ano em que o rapaz passa por aqui e lê o blogue!). Estou mesmo feliz com os planos para o dia do pai, fico mesmo feliz por ver os dois homens lá de casa. Acho que essa tem sido a grande descoberta destes últimos tempos. Acho que me voltei a apaixonar, mais uma vez, por este marido-pai que tenho lá em casa.

E por falar em paixões, familias, e coisas boas das rotinas, o texto You May Want to Marry My Husband é arrepiante, simples e muito bom. Uma mulher, a dias de morrer, escreve uma carta a promover o marido.

Este livro não será a prenda do dia do pai deste ano, mas... ficou guardado para um próximo ano. Já que... temos o pai merece tudo e mais alguma coisa. :)

Um texto sobre a Quaresma que vale MESMO a pena ser lido, a sério que sim.

Bom fim de semana! :)

* Sim! Prometo fazer um esforço para não escrever no blogue só à sexta-feira! ;)

sexta-feira, 3 de março de 2017

Bom Fim de Semana!

Bom Fim de Semana!

Nesta sexta-feira de chuva, cheia de promessas de fim de semana de chuva há muito por fazer. Lá por casa faz para dos planos montar uns móveis para sala, sushi com os amigos e... eliminar tralha (ou tentar!). Estou mesmo farta de tralha (um dia prometo que falo sobre isto).

Se tiverem teve, vale a pena ler este artigo sobre a pilula.

Sim, os bebés são chatos e amorosos, e não são como aborrecidos como nos filmes. Não é muito comum dormirem uma noite seguida antes dos 2/3 anos. E nem sequer há datas muito fixas. Não é o meu, nem o vosso que está "avariado". É normal. Aqui está mais alguém a falar do mesmo.

E por falar em bebés, não vamos fazer deles uns bichos esquisitos... Há alguém que gostaria de comer exclusivamente purés meses a fio? BLW (misturado com a alimentação "tradicional" de sopas e algumas papas) tem resultado muito bem lá por casa.

Granola de "Chocolate", isto parece mesmo mesmo bom.

E esta casa? Juntar brancos e tons fortes, chão de madeira em todo o lado, muita luz, a secretária à beira da janela e.. o mar ali ao lado, ai o mar.

Fans of Love?

Bom fim de semana! :)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Ganhei um livro numa pausa do trabalho*

 
*Texto escrito como comentário ao post da Rita Ferro Alvim que no final valeu-me o livro!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Estou mesmo orgulhosa caramba! (ou, a motivação tem um peso tramado)

  Estou mesmo orgulhosa caramba! (ou, a motivação tem um peso tramado)
Imagem via Pinterest

O que diriam se vos falasse de alguém que decidiu voltar a estudar aos 28 anos, que nunca foi um aluno brilhante, que não tinha background na área e iria estar em pós-laboral? Em paralelo, um emprego diurno cheio de dores de cabeça, uma família, uma casa e um filho?

Tinha tudo para correr mal. Correu melhor que qualquer dos meus sonhos mais optimistas. O Tó começou hoje o projecto curricular desta licenciatura e eu estou muito, muito orgulhosa dele (aliás, de nós!). Depois de um investimento de tempo gigante, de muitas noites mal dormidas, de muitos fins-de-semana de trabalho, de muito tempo sozinha (e sozinha com um recém-nascido!), de muito tudo, está a chegar ao fim esta etapa. Não foi sempre fácil, principalmente depois do Duarte nascer. Foi preciso muito esforço (e apoio à nossa volta) para manter a sanidade. Se tivesse sido fácil não teria, com certeza, metade deste sabor doce.

Parabéns a ti. Parabéns a nós. Parabéns aos nossos.

Estou mesmo orgulhosa, caramba!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Bom Fim de Semana!

Bom Fim de Semana!

Imagem via Pinterest

Sim, ainda é sexta de manhã e eu já estou a pensar no fim de semana mas... sabe tão bem! Depois de uma semana muito boa (os bebés dos nossos amigos estão a aparecer como pipocas!) o fim semana cheio de tempo livre promete.

Se houver tempo livre para ler, estes avisos para "younger-self" (não faço ideia de como traduzir isto!) são muito bons. O que diriam vocês?

O prazo para validação das faturas já acabou mas ainda há dúvidas quanto ao novo modelo de entregas este ano. Algumas indicações úteis aqui.E por falar em dinheiro, sete prespectivas diferentes sobre a forma como os casais o gerem.

Está nos meus planos para Abril (?) restaurar um móvel. Este site está cheio de tutoriais úteis (e em português) quanto a restauro de madeiras. E se houver tempo para limpezas...

Agora que a chuva saiu de vista... é só a mim que já cheira a Primavera? Adoro os casacos e gorros, mas apetece-me voltar à roupa leve (já para não lembrar o facto de ser MUITO mais simples vestir Duarte, o-bicho-carpinteiro-que-adora-andar-nú). Achei muito giras estas ideias: 12 peças, 14 combinações diferentes. E coloridas! Falando em roupa, esta loja com roupas para bebés faz-me suspirar.

Bom fim de semana!  :)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Ideias para as paredes lá de casa

Ideias para as paredes lá de casa
As paredes lá de casa estão vazias e... o meu computador avariado. Por isso, enquanto não há computador (e disponibilidade) para pôr as mãos na massa, vou guardando ideias. O difícil... vai ser escolher!

Yup. Somos mesmo. O mais pequeno ainda é mais maluco por fruta e leitinho do que pelos ricos pais, mas tenho esperança do tempo inverter a tendência. 

Sim, como nós. Com horas sentados à mesa, de preferência cheia de gente e confusão.  

If only I had an unlimited bank account...  

Numa casa de onde se vê o mar é preciso mais referências do que a vista da janela!  
 
  Mais, mais, mais!


Adoro os posters com referências a músicas. Apetece ler a cantar e sair a dançar.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Não quero criar uma máquina

Não quero criar uma máquina

Enquanto estava grávida pensei algumas vezes sobre o que seria suposto fazer para ser uma boa mãe. O Duarte nasceu e eu fui ganhando confiança e certezas. Acho, pelo menos na maior parte das vezes, que sou a melhor mãe do mundo para ele. A Mãe dele.

O meu problema actual é outro. Enquanto ele é pequenino, parece-me fácil mas... será que serei capaz de o ensinar a ser feliz e o tornar numa pessoa boa. Não há carapaças, e se há um mundo lá fora que tem tantas coisas boas e vale mesmo a pena ser explorado é também verdade que esse mundo é tão GRANDE! Como se aprende (e ensina?) a gerir a enorme quantidade de informação e de mundo que nos chega diariamente?

A informação. Será que algum dia saberei ensinar alguém a lidar com toda aquela informação que nos chega? Começamos logo pelas fontes. A grande parte dos jornais está longe de ser a fonte fidedigna e imparcial de informação, estão cada vez mais comerciais. A internet está cheia de pseudo-estudos cheios de pontas soltas e sem conclusões que provam tudo e mais alguma coisa. A propagação da informação nem sempre é a mais correcta, os blogues não deixam de ser pessoais. 

Há teorias para todos os gostos e feitios e, arrisco, muito pouco bom senso. Há muitas pessoas a achar que só há um caminho correcto. A questão das escolas faz-me muita confusão. Estamos a criar uma geração que passa horas infinitas fechada nas escolas, entre actividades criadas porque os pais que não os podem ir buscar mais cedo, aulas de substituição, dezenas de trabalhos de casa. Parece-me um caminho tão infeliz.

Não sei bem como se ensina a gostar da escola, a gostar de estudar, a saber tomar opções e viver num mundo tão confuso. Não sei como se ensina a ser feliz. Sei que os meus pais foram aconselhados a adiar um ano a minha entrada na escola "porque a professora era muito pouco rígida e quase nunca marcava trabalhos de casa". Sabiamente ignoraram o conselho e eu adorei a escola e a professora. Sei que era muito bom sair às 15h30, e ter muito tempo pela frente. Sei que a escola é muito mais que aprender matemática e português e que é fora das quatro paredes que se aprender a Ser Pessoa. Sei que nunca me senti enjaulada, que apesar de todos os pseudo-problemas de uma criança/adolescente, sempre fui feliz. Odeio o conceito de aulas de substituição sem nexo e quilos de trabalho de casa "para aprender mais".
  
Dizia-me um amigo há uns tempos que nós deveríamos ir viver para outro país, porque "na nossa área, lá fora, seriamos ricos". Não, não é isso que eu quero, tenho a certeza. Adorava ter vivido lá fora uns tempos pela experiência. Deixou de ser um plano depois do Duarte nasceu.  A sociedade está a afastar-nos cada vez mais da comunidade em que sempre vivemos. Sei que há muitas pessoas que não têm alternativa, mas eu tenho. Eu tenho o privilégio de poder deixar o meu filho com os avós, de  saber que esteve a ver a avó a tratar das galinhas e que pede uma tangerina sempre que passa pela árvore. Saber que se sujou, que se deitou no chão e que fez aquela vizinhança um bocadinho mais feliz. Sei que quero mesmo encontrar, quando chegar a hora, uma pré-escola onde ele passe o dia a brincar. Adoro pensar que um dia poderei dar-lhes a opção de sair mais cedo da escola porque há um avô por perto para o ir buscar, para brincar muito. Penso no meu horário para poder entrar mais cedo e sair enquanto há luz para poder estar com ele. 

Não sei bem qual é o caminho, como se ensina tudo isto. Como explicar que até podemos não concordar com as regras mas temos que as seguir, podemos é lutar para muda-las. Que há muitos caminhos certos e outros tantos errados e é preciso escolher, saber ver as boas pessoas, ler as entre-linhas. Não sei bem qual é o caminho, mas penso várias vezes nisto.





sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Bom Fim de Semana!

Bom Fim de Semana!

Quais são os planos para o fim de semana chuvoso e frio que está a chegar? Lá por casa vamos contrariar o mau tempo e há pelo menos três visitas prometidas, uma delas muito especial. :) Para quem quiser ficar no sofá, ficam algumas sugestões.

Nos últimos tempos tenho lido muito sobre educação e parentalidade. Identifico-me muito com os princípios da parentalidade positiva (mesmo tendo a certezas que muitas vezes se serei incapaz de a aplicar). Este artigo, da Magda dias, dá um exemplo de Comunicação Positiva.

10 Postais de São Valentim que são "a minha cara". Há por aí outros foodlovers?

Qual é a diferença entre pai e mãe?

Já lá vai algum tempo, mas só agora ouvi o último discurso do Obama como presidente.

Já sei namorar. Para saltar da cama e dançar.

25 Receitas com quinoa que apetece experimentar.

E se tudo falhar... resta-nos uma maratona de House of Cards no Sofá!

Bom fim de semana :)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Não existe magia

Não existe magia

Meus amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher. As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo. Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento – a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.

Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu. O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.
 















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