Criar os blogues. Ler mais. Ajudar o T. com os trabalhos da
Faculdade. Ver as minhas séries. Estar presente. Baixar o colesterol.
Voltar aos transportes públicos. Ir às aulas de Ballet e Pilates.
Preparar as explicações do V.. Estudar Inglês que o exame é já em Junho.
Pensar nas férias antes que fiquem muito caras. Arrumar a casa.
Responder aos emails. Voltar a correr. Não falhar os ensaios de teatro.
Procurar receitas saudáveis. Vender coisas que já não uso. Preparar
refeições do dia a seguir. Brincar com a gata. Não deixar tudo para
fazer no fim de semana para poder efetivamente aproveitar. Beber muita
água. Dormir. Organizar as contas. Trabalhar.
Gosto de fazer tudo. De sentir que consigo. Destes dias cheios.
E
depois há dias como hoje, de confusão. Parece que há demasiadas ideias
ainda a ficar pela metade, muitos emails a demorar a ser respondidos,
muitos post guardados para "quando tiver tempo". Notas sobre viagens,
decoração, coisas bonitas que vou encontrando e se transformam num
gigante monte de links que provavelmente nunca virão para aqui ao
blogue, onde os queria mostrar. Uma gaveta cheia de papeis para
arquivar. A porta do frigorífico que ainda vai perder a garantia antes
de eu conseguir reclamar. A roupa que está mais do que seca à espera no
estendal. O carro que implora para ser limpo. Os papeis do IRS. Os
vidros da varanda.
Respirar.
A
lista das coisas por fazer não vai acabar nunca e eu já tenho
experiência no tema mais do que suficiente para me deixar de ansiedades
com isso. Sempre que a lista começa a diminuir, rapidamente arranjo
maneira de encher. Não é mau, é bom, muito bom. É poder olhar para traz e
ver um mar de coisas boas que já fiz e me orgulham. É ter sempre uma
história para contar. É ter amigos sempre por perto, em grupos
diferente, pessoas diferentes, vidas diferentes. É ter uma casa que "é
mesmo eu". É estar muito agradecida por esta vida que tenho. É sentir-me
sempre muito mais feliz que desesperada. Aprender a relativizar. Perceber que o mar de coisas está cá porque eu as quero aqui. E isso é muito bom.
Por isso, é tempo de lançar a ansiedade para traz das costas e pôr mãos à obra.
*Porque por muito de números que eu seja, é só a escrever que eu organizo as ideias